Todas as vidas importam, fato. Mas quando um agente de segurança é assassinado, como foi o caso do policial militar Gleidson Santos de Carvalho, abatido covardemente durante um assalto a uma loja no Parque Bela Vista no último dia 19, é o sinal mais evidente que o Estado não está sabendo como lidar com a guerra urbana na Bahia. Essa situação desperta o sentimento de impotência na sociedade, principalmente naqueles homens e mulheres que estão sob risco iminente e diário, mesmo quando não estão “de serviço”, como foi o caso de Gleidson – os criminosos notaram que ele estava armado.
Assim que tomou conhecimento da morte do PM, a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP/BA) montou uma megaoperação e três envolvidos no crime morreram em confronto. Mas por que não há uma mobilização para se evitar mais mortes da tropa?
Do início do ano até o último dia 26, oito agentes de segurança foram mortos e sete feridos em Salvador e Região Metropolitana, dados do Instituto Fogo Cruzado. Ampliar as ações de inteligência, impendido a chegada de armas e drogas no estado, por exemplo, é a medida mais certa apontada por especialistas em segurança pública e também defendida pelas próprias entidades de classe (Aspra, Força Invicta e Sindpoc). Quantas vidas mais serão ceifadas até se chegar a uma solução?
Momento do assalto quando o PM Gleidson é abordado por criminosos. Em seguida ele é baleado (Reprodução) |
Foi por pouco!
Um idoso de 67 anos, que no dia trabalhava como motorista de transporte por aplicativo, sobreviveu a um assalto, depois de ter sido baleado no bairro da Graça. Ele foi abordado por dois homens que o mandaram sair do carro, para roubá-lo. Ao abrir a porta, um dos suspeitos teria se assustado e disparou. Enquanto a vítima estava caída no chão, os bandidos fugiam com o carro. Isso tudo na Rua Djalma Ramos, bastante movimenta por ligar o bairro a Avenida Centenário. Segundo moradores, roubos de carros e assaltos a pedestres na região são frequentes.
A ocorrência que apura o caso do idoso baleado foi registrada na Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos (DRFRV) (Foto: Haeckel Dias/SSP) |
Apenas um paliativo
Depois da igreja de Nossa Senhora da Ajuda, no Centro Histórico, contratar o serviço de segurança privada para impedir arrombamentos, os moradores do bairro do Stiep adotaram também uma medida extrema contra a violência. Eles gastaram R$ 16 mil para instalar câmeras em frente à praça Vale dos Rios – o local é o principal alvo dos criminosos. São 16 equipamentos espalhados para dar sensação de segurança a 285 famílias e comerciantes que estão apavorados com tantos assaltos. Diante da situação, a SSP informou que a Polícia Militar realiza o patrulhamento ostensivo no bairro e que determinará o reforço. No entanto, os moradores disseram que as câmeras são apenas um paliativo. O que querem de fato são medidas mais efetivas da SSP.
Moradores transforam o Stiep num “Big Brother” para se proteger de violência (Foto: Paula Fróes/CORREIO) |
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