Iniciativa do Instituto Cabruca chama atenção para a conservação de grandes árvores
O jequitibá faz parte da cultura brasileira e por sua importância histórica e ambiental tem emprestado seu nome para designar cidades, ruas, parques e shoppings em todo o país. Considerado um verdadeiro tesouro entre os produtores da região cacaueira do sul da Bahia, também serviu de inspiração para novelas, livros e músicas. É por esses e outros motivos que o Instituto Cabruca, por meio do Programa Árvores da Cabruca, escolheu homenagear e premiar o maior jequitibá da região, na 1ª edição do “Concurso Maiores Árvores da Região Sul da Bahia”, que está com inscrições abertas.
Com os quinhentos anos de colonização e a exploração desordenada, os jequitibás praticamente desapareceram do Nordeste do Brasil. As árvores foram transformadas em materiais de construção e de mobiliário ou então derrubadas para gerar mais espaço para as plantações.
A importância do Concurso “Maiores Árvores da Região Sul da Bahia” é pelo objetivo de estimular a conservação de grandes árvores como o jequitibá e, ao mesmo tempo, valorizar o Sistema Agroflorestal Cabruca e a Mata Atlântica no imaginário coletivo da região Sul da Bahia criando identidade e pertencimento.
A partir do mês de agosto, uma equipe formada por técnicos do Instituto Cabruca e da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC), irá visitar o proprietário da área ou posseiro onde está localizado o jequitibá inscrito para inspeção e medição da árvore.
Para contribuir com a ação, o Instituto Cabruca promoverá o lançamento de camisas sustentáveis focada na linha jequitibá produzidas por mulheres dos assentamentos rurais Luanda em Itajuípe e Terra Vista em Arataca. Cada camisa vendida ajudará na geração de renda das comunidades, restauração de Áreas de Preservação Permanente (APP) e enriquecimento agroflorestal da cabruca, além de promover o menor impacto possível no meio ambiente.
“A pretensão do concurso é que a cada ano seja escolhida uma nova categoria de árvore e assim chamar a atenção para a importância dessas diferentes espécies como patrimônio histórico, cultural e paisagístico na região” afirma o presidente do Instituto Cabruca, Durval Libânio.
Tradicionalmente, a árvore se localiza em meio ao cultivo do cacau, que na região Sul da Bahia é plantado no sistema Cabruca, em meio a Mata Atlântica, e visa produzir e conservar o meio ambiente. Pertence à família botânica Lecythidaceae e apresenta-se em três espécies, uma delas é a Cariniana estrellensi, mais encontrada no estado. As outras são Cariniana legalis e a Cariniana ianeirensis, ameaçada de extinção devido à perda de habitat.
Existem alguns jequitibás famosos por participações em novelas, como o do caminho de Itajuípe (BA), que ganhou notoriedade pela cena clássica onde o facão enterrado no pé de jequitibá representou a força de um fazendeiro vivido por Antônio Fagundes.
Ainda contribuindo com a riqueza cultural da região, temos o jequitibá na história do desbravamento de Itabuna. Segundo a tradição, o nome Tabocas, que veio a dar origem ao atual município, deve-se a um imenso jequitibá. Por sua derrubada foi feita uma disputa, sendo aquele o “pau da taboca”, ou seja, da roça que se abria.
Por / ASCOM – Instituto Cabruca