Moradores do bairro Jardins, em São Paulo, estão apreensivos com o avanço de novos condomínios. De acordo com o conselheiro da Associação de Moradores do Jardins, Roberto Miranda de Lima, a região passou a ter um futuro incerto, apesar de atualmente ainda ser protegida contra a expansão desordenada. “Você tem lá debates sobre a mudança de uso, verticalização, permeabilidade do solo, entre outros. O que acontece muitas vezes aqui em São Paulo é que essa discussão sai do aspecto técnico. As mudanças que vão ser feitas ou aprovadas agora, na prática, serão sentidas pela próxima geração”, comenta ao lembrar da defesa de tombamento. O Jardins é formado por um conjunto de bairros tombados pelo Patrimônio Artístico, Histórico e Urbanístico do Estado de São Paulo e do município. No entanto, moradores da região apontam que o local está ameaçado pelas construtoras. Entre os objetivos das empresas, segundo eles, está a junção de lotes para a construção de condomínios de prédios e de casas. A proposta já foi aprovada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat) do Estado. “Ao invés de ter casas geminadas uma do lado da outra, cada uma com sua estrutura, você na verdade terá um murão”, lamenta Roberto Miranda. Já para o presidente do Condephaat, Carlos Faggin, a mudança é conservadora. “Os temas mais importantes estão garantidos. A massa arbórea, os recursos, a taxa de ocupação, nada vai mudar. O esforço é para evitar que tenham interpretações diversas sobre o encaminhamento dos assuntos diferentes ao tombamento”, explicou. Uma audiência pública para debater o tema está prevista para julho.
*Com informações da repórter Letícia Miyamoto.