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Moradores e as “balas achadas”: alta da violência faz população da Bahia ficar no fogo cruzado

Apesar do espanto de um juiz – publicado pelo CORREIO –  ao saber que um traficante de Periperi escondia em casa fuzis da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e também das Forças Armadas dos Estados Unidos (EUA), a situação passa longe da perplexidade de quem está na linha de frente dessa guerra, policiais civis e militares, que devem usar armas apropriadas para centros urbanos. Mas para além da discussão da vulnerabilidade das forças de segurança, quem leva a pior nessa guerra? A população que vive nas comunidades dominadas pelo tráfico em Salvador. Simplesmente armar ainda mais os policiais não resolve a questão, porque os moradores ficam no fogo cruzado e são vítimas das “balas achadas”.  Não é à toa que a Bahia vem liderando os índices de violência no país.

Fuzis usados pela OTAN e pela Forçar Armados dos Estados Unidos foram apreenidos em Periperi (Foto: AscomSSP)

Folclore, quadrilha ou nova facção?

Ao que tudo indica, as mortes de três pessoas (um casal e um adolescente) no bairro de Marechal Rondon têm ligação com o tráfico de drogas. Segundo informações de policiais que estiveram no local, o homem seria o alvo da execução, pois, na condição de gerente, ele teria “quebrado” a “boca-de-fumo” do Bonde do Maluco. Mas alguns moradores disseram que o crime foi cometido por dissidentes do BDM, conhecido como “Cangaço”. Se alguns especialistas falam que a Bahia se tornou um solo fértil para a criminalidade, teríamos aí um novo grupo armado? O BDM começou como extensão da extinta “Caveira” e hoje é a maior organização criminosa do estado. Com o tempo, os índices de violência vão dizer se o “Cangaço” é folclore, uma quadrilha ou nova facção.

Família foi assassinada no bairro de Marechal Rondon após ação de grupo armado  (Foto: Reprodução)

O que está acontecendo com os “rifeiros”?

Com a morte de Alan dos Santos, baleado dentro de um apart-hotel no Caminho das Árvores, agora são 10 “rifeiros” assassinados em Salvador e RMS em 11 meses – outros três foram sequestrados em Pernambués. Mas o que está acontecendo com eles? A expansão e a modernização das rifas foram na pandemia, com premiações que vão de carros de luxos até R$ 500 mil ao custo de R$ 2 a R$ 20. Assim como Alan, outros “rifeiros” que também eram influenciadores digitais e que ostentam na web, tiveram o mesmo fim, como foi o caso Rodrigo da Silva Santos, o DG Rifas, e a mulher, Hynara Santa Rosa da Silva, a Naroka. A morte do casal já completou cinco meses e a polícia ainda não revolveu o mistério, assim como a maioria dos casos. Curiosamente, os sorteios são através das redes sociais e vale lembrar que rifas são jogos de azar e vendê-las é crime.  

Subiu para 10 o número de “rifeiros” assassinados em Salvador e RMS em 11 meses  (Reprodução)

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