O desembargador Jorge Luiz Borba, suspeito de manter uma trabalhadora surda e muda em condições análogas à escravidão, negou o crime. Ele afirmou que a mulher foi acolhida como um “ato de amor” e que vive com a família há mais de 30 anos.
Segundo o Uol, Jorge Luiz Borba, que trabalha no Tribunal de Justiça de Santa Catarina, foi alvo hoje de operação da Polícia Federal.
Em nota divulgada, o desembargador apresentou a tese de que a trabalhadora sempre recebeu “tratamento igual ao dado aos nossos filhos”.
Ele também disse ter recebido a notícia da investigação com “surpresa e inconformismo”. Borba também afirmou acreditar na “justa elucidação dos fatos” e que não será penalizado por “fazer o bem”.
Confira a nota do desembargador
“Venho manifestar surpresa e inconformismo com o ocorrido, antecipando, desde logo, que aquilo que se cogita, infundadamente, como sendo “suspeita de trabalho análogo à escravidão”, na verdade, expressa um ato de amor. Haja vista que a pessoa, tida como vítima, foi na verdade acolhida pela minha família.
Trata-se de alguém que passou a conviver conosco, como membro da família, residindo em nossa casa há mais de 30 anos, que se juntou a nós já acometida de surdez bilateral e muda, tendo recebido sempre tratamento igual ao dado aos nossos filhos.
Embora irresignado, confio serenamente na justa elucidação dos fatos, certo de que, quem faz o bem não pode ser penalizado. Colocamo-nos à disposição de todos, posto que dispomos de elementos suficientes para comprovar a dignidade dos nossos propósitos, que foram, são e serão exclusivamente humanitários, de amor ao próximo.”