O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu nesta segunda-feira, 12, que a resolução dos conflitos na Ucrânia não é militar, mas sim diplomática. Em discurso ao lado da presidente da Comissão Europeia, a alemã Ursula von der Leyen, em encontro no Palácio do Planalto, em Brasília, o chefe do Executivo defendeu, mais uma vez, a reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) para garantir “que tenhamos capacidade de responder com eficiência e credibilidade as ameaças à paz e à segurança”. “A volta da guerra ao coração da Europa reflete a complexidade dos desafios e dos tempos que vivemos. Lembrei a presidente Ursula von der Leyen que o Brasil votou a favor a resolução da ONU que condenava a invasão da Ucrânia pela Rússia. Reiterei o nosso empenho pela paz, evitando a escalada da guerra, do uso das forças e seus riscos incalculáveis. Não é a solução militar para esse conflito. Precisamos de mais diplomacia e menos intervenções armadas na Ucrânia, na Palestina, no Iêmen. Os horrores da guerra não e o sofrimento que ela provoca não pode ser tratado de forma seletiva”, disse Lula.
Ao longo do pronunciamento, o mandatário brasileiro também criticou a previsão de sanções no acordo Mercosul-União Europeia. Para Luiz Inácio, a premissa entre os países deve ser de confiança mútua, e não de desconfianças e sanções. “Expus à presidente von der Leyen as preocupações do Brasil com o instrumento adicional ao acordo, apresentado pela União Europeia em março deste ano, que amplia as obrigações do Brasil e as torna objeto de sanções em caso de descumprimento. A premissa que deve existir entre parceiros estratégicos é da confiança mútua, e não de desconfiança e sanções”, afirmou, reforçando que o governo brasileiro tem interesse de “reforçar vínculos” com os 27 países do bloco.