Alvo de críticas, os sistemas de vigilância inteligente estão ganhando cada vez mais espaço no Brasil. Sistemas de câmeras que fazem reconhecimento por gênero, faixa de idade e outras características para ajudar no controle de locais extremamente movimentados e identificação de pessoas são frequentemente criticados por poderem confundir suspeitos e coletar dados indevidos. Em entrevista à Jovem Pan News, Paulo Correa, diretor-superintendente de segurança de uma empresa do setor, defendeu o uso desse tipo de equipamento: “Sem dúvida, essa é uma tecnologia que vem para agregar mais segurança no dia a dia, porque ela permite que eu consiga utilizar imagens de câmeras que estão localizadas em diversos pontos estratégicos. (…) Eu consigo fazer uma busca forense, definindo que ele traga para mim o perfil de uma pessoa.” O setor de sistemas eletrônicos de segurança movimentou R$ 11 bilhões ao longo do ano passado, com crescimento de 18%, mas a falta de regulamentação dessas novas tecnologias impede o setor de crescer ainda mais.
O sistema de inteligência artificial presente nas câmeras, que identifica características das pessoas, nem sempre é bem-vindo por entidades e parte da população. No final de novembro do ano passado, por exemplo, o governo do Estado de São Paulo anunciou um novo sistema de monitoramento eletrônico com inteligência artificial em fase de testes em algumas linhas do Metrô. A expectativa de substituição das câmeras analógicas pelas digitais era de aumentar a segurança, melhorando o atendimento aos passageiros, mas especialistas se manifestaram alegando eventual discriminação. De acordo com Paulo Correa, esse tipo de tecnologia pode ajudar a prender criminosos com mais agilidade: “Se ocorrer um abuso, a vítima vai relatar o perfil daquele abusador, eu consigo chegar a colocar isso no meu sistema, que é o Defense, e a partir daí ele começa a capturar as imagens das câmeras que estão espalhadas, por exemplo, na cidade ou nas estações de Metrô e identificar rapidamente esse infrator, inclusive acompanhar o deslocamento dele. (…) Eu consigo acompanhar ele em tempo real até que possa ter uma abordagem e aí conseguir, de repente, capturar essa pessoa.”
*Com informações do repórter David de Tarso