A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura as ações das ONGs na Amazônia deverá ouvir o presidente da Natura, João Paulo Brotto Gonçalves Ferreira, e a presidente do Conselho Diretor do Instituto Socioambiental, Déborah de Magalhães Lins, de acordo com requerimentos aprovados nesta semana. Os depoimentos ainda não foram agendados e somente devem ocorrer após o recesso parlamentar. As convocações, segudno os parlamentares, são necessárias para prestar esclarecimentos a respeito de supostas contratações irregulares de indígenas em suas produções. Quanto à Natura, a CPI quer saber se a empresa de cosméticos limita as operações que envolvem coleta de copaíba, andiroba e outros produtos por trabalhadores vinculados à Cooperativa Mista da Flona do Tapajós (Coomflona).
A Natura também deverá esclarecer se contratou indígenas para o trabalho de coleta de sementes, sem horas de trabalho definidas ou condições climáticas para o exercício das atividades. Suspeita-se que o pagamento aos indígenas contratados seria no valor de uma diária de R$ 3. Também foram convidados Bruce Albert, antropólogo francês e fundador da ONG Comissão Pró-Yanomami, e Jailson Reis de Mesquita, fundador do Movimento Garimpo é Legal; e Benjamin Benzaquen Sicsu, presidente do Conselho Administrativo da Fundação Amazônia Sustentável.