Período de empenho das verbas coincide com negociações no Congresso para aprovação de temas como o voto de qualidade no Carf e a reforma tributária
TON MOLINA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
Os volumes empenhados mostram que o governo só reservou a verba para, depois, realizar o pagamento
O governo federal reservou mais de R$ 10 bilhões em emendas parlamentares no mês de julho. Na prática, é por meio delas que deputados e senadores influenciam o gasto do dinheiro público. O maior volume esse ano destinado em emendas aconteceu justamente em julho, mês do recesso parlamentar. O período coincide com as negociações econômicas do Planalto no Congresso: a reforma tributária e o voto de qualidade no Carf. O montante de R$ 10 bilhões corresponde a mais da metade do total de R$ 17,7 empenhados desde o começo do ano. O partido que mais se beneficiou foi o PSD, com R$ 1,8 bilhão. Em seguida, vêm o PL (R$ 1,79 bilhão), o PP (R$ 1,66 bilhão) e o PT (R$ 1,53 bilhão). PROS, PSOL e Rede são os partidos que tiveram menor destinação de recursos. Os volumes empenhados mostram que o governo só reservou a verba para, depois, realizar o pagamento.
*Com informações do repórter André Anelli