O delegado Antônio Sucupira, titular da Delegacia Sede do Guarujá, confirmou na tarde desta segunda-feira, 31, que dez pessoas foram mortas durante as operações da polícia em busca dos responsáveis pela morte do soldado das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota) Patrick Bastos Reis. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), havia informado oito mortes. Três pessoas foram presas por envolvimento no crime, entre eles Erickson David da Silva, acusado de atirar e matar o PM na última quinta-feira, 27. Equipes da Ouvidoria da Polícia, membros da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe) foram ao Guarujá nesta segunda para investigar denúncias de violações de direitos humanos no episódio. Os ministros da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, e dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, manifestaram preocupação com o número elevado de mortes na operação policial, mas descartaram intervenção federal no caso até o momento. Tarcísio disse que “não houve excesso” da polícia e que “quem se entregou foi preso”. Ele classificou como “inadmissível” o ataque contra o soldado. “Abalou muito a nossa polícia e a nossa sociedade. É inadmissível que um soldado da polícia no serviço seja atacado. É inadmissível que o crime ataque um policial”, disse. O episódio será investigado pelo Ministério Público do Estado. As imagens das câmeras de segurança acopladas aos uniformes dos agentes também deverão ser solicitadas na investigação.
Tarcísio afirmou que houve conflito quando a polícia foi hostilizada durante as ações e alegou que os agentes não queriam confronto. “A polícia quer evitar o confronto de toda forma. Mas temos uma polícia treinada e que segue à risca as regras de engajamento. A partir do momento em que a polícia é hostilizada, que há o confronto e que a autoridade policial não é respeitada, infelizmente, há o confronto. A gente não quer o confronto de jeito nenhum”, afirmou. “Cada ocorrência é investigada. Todas serão investigadas. Não podemos permitir que a população seja usada e não podemos sucumbir às narrativas. A gente está enfrentando o tráfico de drogas e o crime organizado. […] Não houve hostilidade, não houve excesso. Houve atuação profissional e que resultou em prisões. Nós vamos continuar com as operações”, disse o governador.
*Com informações da repórter Soraya Lauand.