Em seu depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos do 8 de Janeiro, o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres disse que faltaram policiais para conter os manifestantes no episódio. Para a relatora do colegiado, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), as declarações revelam certo “jogo de responsabilidade” entre as autoridades que atuavam no comando da segurança à época. Por isso, ela também ameaçou pedir acareação entre Torres e Leandro Almada, que chefiava a superintendência da Polícia Federal na Bahia. À época dos atos, Almada acusou Torres de orientar ações da PF no Estado e de influenciar a Polícia Rodoviária Federal (PRF) para realizar blitze no segundo turno das eleições, o que o ex-ministro negou à CPMI. “Fica um jogo de responsabilidade e o que a gente vê é o cenário que acompanhamos, de destruição das sedes dos poderes do país”, afirmou Eliziane.
Torres, por sua vez, afirmou não temer a acareação. “Não estou dizendo que ele mentiu — estou dizendo que não foi tratado dessa forma“, afirmou. “Eu não tenho problema de acareação com ninguém. Nós não fizemos isso, senadora. Não houve uma orientação para a Polícia Federal deixar de fazer o trabalho dela — principalmente uma determinação, que não houve”, alegou.