O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu em defesa do governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro (PL), vaiado pelo segundo dia seguido durante o lançamento do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), nesta sexta-feira (11).
O mandatário brasileiro abriu o discurso, na cerimônia, cobrando “convivência democrática na adversidade”. Lula afirmou ainda que “ficaria constrangido” se fosse a um evento, a convite de um governo estadual, e fosse vaiado, como aconteceu com Castro.
“O governador do Rio não está aqui porque ele quer estar aqui, ele está aqui porque nós o convidamos a vir aqui […] Eu me sentiria muito deprimido se um dia eu fosse em um ato em Goiás, convidado pelo [Ronaldo] Caiado, e o pessoal me vaiasse. Eu ficaria constrangido”, declarou o petista.
“Porque não é o governador, ou deputado que está aqui, ou vereador, é a instituição do estado”, prosseguiu. “Eu estou dizendo isso porque, às vezes, a gente fica, eu e a Dilma [Rousseff], que temos experiência porque já fomos presidentes, a gente fica muito incomodado porque as pessoas são nossos convidados”.
O governo federal lança, nesta sexta-feira (11/8), o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), no Rio. A iniciativa, segundo o governo federal, quer injetar nos estados brasileiros mais de R$ 1,3 trilhão até 2026 e mais de R$ 300 bilhões pós-2026, um total de R$ 1,7 trilhão.
No início da cerimônia e ao lado de Lula, Cláudio Castro foi saudado pelo prefeito da capital, Eduardo Paes (PSD), e pelo ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa. O governador foi fortemente vaiado nas duas ocasiões.
Ao sair em defesa do chefe do Executivo estadual, que apoiou Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022, Lula citou o exemplo do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), também presente na cerimônia, e adversário antigo dos governos petistas.
De acordo com Lula, Lira foi adversário político desde que o PT foi fundado e vai continuar sendo. “Nós temos o momento de campanha, em que nós vamos nos xingar, vamos falar cada um mal do outro. Mas quando termina a eleição, ele não está aqui como Arthur Lira, ele está aqui como presidente de uma instituição que o Poder Executivo precisa mais dela, do que ela do Poder Executivo”, defendeu.
“Não é o Lira que precisa de mim, eu é que mando os projetos dos ministros para o Congresso aprovar, sou eu quem preciso dele, e não ele que precisa de mim.”
Nos pronunciamentos oficiais, o presidente tem defendido a tolerância e o respeito aos adversários, desde o início da campanha. Em evento em Parintins, há uma semana, Lula afirmou que os políticos deveriam aprender com o povo amazonense a competir “sem ódio, sem mentiras e sem provocação”.
A fala também é uma referência à postura que Lula associa ao ex-presidente Jair Bolsonaro, a quem o petista atribui uma postura de propagação de discursos de ódio.
Novo PAC Lula está no Rio desde a última quinta-feira (10), para uma série de investimentos ligados ao novo PAC. O programa prevê investimentos do governo em ações de infraestrutura públicas e de parcerias público-privadas.
Segundo o Planalto, os investimentos previstos no programa contarão com recursos do Orçamento Geral da União (OGU), com R$ 371 bilhões; de empresas estatais, R$ 343 bilhões; de financiamentos, R$ 362 bilhões; e do setor privado, R$ 612 bilhões. Por ano, o PAC deve desembolsar R$ 60 bilhões com os estados.
Acompanhe o evento de lançamento: