São Paulo — À frente das negociações para formar a chapa da campanha à reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB), o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, sugeriu ao chefe do Executivo paulistano que ele tenha um candidato de centro-direita como seu vice, segundo aliados do emedebista.
A sinalização feita nos bastidores destoa da posição pública assumida por Valdemar nas redes socias. Na semana passada, o cacique do PL disse que seria o ex-presidente Jair Bolsonaro quem teria a palavra final sobre o apoio a Nunes e a indicação de um possível vice para a chapa do prefeito.
Valdemar, de acordo com aliados de Nunes, avalia que o prefeito precisa ter um nome mais alinhado ao centro, com penetração nas periferias da cidade, e não um bolsonarista, para fazer frente à campanha do deputado federal Guilherme Boulos (PSol), especialmente em um eventual segundo turno da disputa.
É por causa dessa avaliação que Valdemar passou a estimular a indicação de Marta Suplicy para a vice de Nunes. A secretária de Relações Internacionais da gestão do emedebista foi prefeita de São Paulo pelo PT entre 2001 e 2004 e é associada a uma série de programas sociais ainda vigentes, como o bilhete único dos transportes e os Centros de Educação Unificados (CEUs).
Valdemar ligou para Marta e conversou com ela sobre o tema, segundo relato feito por Nunes a aliados. A ex-prefeita descartou a filiação ao PL para viabilizar a composição da chapa, mas deixou em aberto a possibilidade de sair como vice do atual prefeito. Valdemar disse que ela não precisaria se lançar ao cargo pela legenda. A articulação deixou enfurecida a ala bolsonarista do PL.
Na Prefeitura, aliados de Nunes dão como certo o apoio de Valdemar e da ala liderada por ele dentro do PL à campanha do prefeito, caso o cenário eleitoral não passe por mudanças significativas nos próximos 14 meses.
Para esse grupo, resta apenas assegurar o apoio de Jair Bolsonaro a Nunes e, com isso, evitar uma candidatura bolsonarista independente que possa tirar votos do atual prefeito.