O executivo Antonio Megale morreu nesta sexta-feira, 13, aos 66 anos. Conhecido pelo seu trabalho como ex-presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), ele deixa a esposa Maysa e os filhos Bruno e Vitor após anos de luta contra um câncer agressivo. O comunicado do falecimento foi feito pela entidade que representa as montadoras de automóveis, presidida por Megale entre 2016 e 2019. Durante sua passagem na Anfavea, período em que também esteve à frente da área de assuntos governamentais da Volkswagen, Megale negociou o Rota 2030, como foi batizado o programa, lançado oficialmente em julho de 2018, que definiu estímulos ao desenvolvimento de tecnologias automotivas. Formado em engenharia mecânica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Megale reunia o talento nato de negociador com a formação técnica, qualidades fundamentais na interlocução com o setor público. Além da Volkswagen, onde chefiou a área de assuntos governamentais por 14 anos, Megale trabalhou antes na Chrysler e na Renault.
Presidente da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA) por dois mandatos seguidos (2011 a 2014) e vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) de 2017 a 2021, Megale se aposentou em 2022, após praticamente quatro décadas de dedicação ao setor automotivo. Em nota de pesar, a Anfavea descreveu Megale como “o pai do Rota 2030”, lembrando de seu empenho para convencer o então presidente Michel Temer, numa maratona de viagens a Brasília, da necessidade de uma política específica ao setor automotivo. “Ninguém dentro do setor automotivo nacional batalhou mais do que ele para que esta política industrial, fundamental para a previsibilidade e o avanço tecnológico dos veículos nacionais, em vários aspectos, fosse implementada”, declarou a associação dos fabricantes de veículos. Agora com o nome Mobilidade Verde, o programa está prestes a entrar em sua segunda fase.
*Com informações do Estadão Conteúdo.