O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, convocou um referendo consultivo para deliberar sobre a anexação da Guiana Essequiba. O território vizinho ao país representa metade da Guiana, é rico em recursos naturais e alvo de uma intensa disputa.
Nas redes sociais, o líder venezuelano confirmou que a votação nacional ocorrerá no dia 3 de dezembro. Ele tem feito publicações em apoio à incorporação da região. “Nosso povo decidirá democraticamente seu futuro e destino. Em um dia que convoca a todos, para além das diferenças, pela defesa territorial e pelo respeito pela nossa soberania. Essequiba é da Venezuela!”, escreveu Maduro.
Em outubro deste ano, a presidência guianense expressou repúdio às movimentações relacionadas à anexação da área. “O Governo da Guiana rejeita categoricamente qualquer tentativa de minar a integridade territorial do Estado soberano da Guiana”, afirmou em nota.
Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, deixa Palácio do Itamaraty após dia de reuniões com países da América do Sul 3
Maduro em Brasília Vinícius Schmidt/Metrópoles
Nicolas Maduro Meets Colombian Chancellor After Reestablishing Diplomatic Relationships
Nicolas Maduro Pedro Ramses Mattey/Getty Images
Lula e Maduro se encontram antes da cúpula dos países sul-americanos
Maduro com Lula Ricardo Stuckert/PR
Reunião ampliada do Presidente Lula com o Presidente da República Bolivariana da Venezuela, Nicolás Maduro no brasil brasilia palacio planalto 14
Nicolás Maduro e Lula Hugo Barreto/Metrópoles
O Secretário-Geral da Organização dos Estados Americano (OAS) também repudiou a postura venezuelana. Em nota, Luis Almagro declarou que a realização de um referendo pode agravar a tensão entre os países. “O mau uso deste instrumento serviu de pretexto no passado recente para tentar justificar as piores ações entre Estados, incluindo o crime de agressão”, pontuou
O caso será analisado pela Corte Internacional de Justiça, que se reúne na próxima terça-feira (14/11), no Palácio da Paz — sede do tribunal em Haia, Holanda. O encontro acontece em resposta à solicitação do governo guianense por medidas provisórias acerca da situação. O país entende que o referendo tem como objetivo obter suporte a uma solução unilateral à controvérsia entre as duas nações.