Golpes que envolvem veículos e uso de dados pessoais em embalagens descartadas estão no radar das autoridades policiais em São Paulo. Em um dos casos, criminosos sabotam um carro estacionado para que o automóvel pare pouco tempo depois de ser ligado e abordam o motorista na sequência. Em outro golpe, quadrilhas fotografam um veículo parado na via, buscam pelos dados da vítima e, a partir da placa, criam um falso boleto de pagamento. Aí então os criminosos anunciam o carro na internet, a preços e condições atrativos, pedem um depósito como reserva para o comprador e somem com o dinheiro da vítima. Há relatos em que os criminosos causam uma colisão proposital, esperam o motorista sair do veículo e atacam. Em entrevista à Jovem Pan News, o deputado federal delegado Palumbo (MDB) falou que este é um fenômeno com maior ocorrência em cidades grandes: “Infelizmente tem aumentado estes tipos de delito. A recomendação que a gente passa é para as pessoas desconfiarem de tudo. Eu costumo brincar, desconfie até da sua sombra, que às vezes ela sai de perto de você. Desconfie sempre. Mesmo que a batida não seja grave, vale a pena parar em um lugar com mais gente, em um posto policial e não descer deste veículo, porque você pode ser infelizmente atacado por criminosos que usam desses subterfúgios”.
Para o parlamentar, as organizações criminosas se reinventam como forma de buscar proteção e impunidade em novos golpes: “Ele sabe que punição severa não vai ter. Geralmente nesses crimes de furto e golpes eles não se utilizam de armas e sabem que raramente vão ficar muito tempo presos”. Uma outra ação nova que entrou no radar da polícia funciona com criminosos que buscam notas fiscais ou dados da embalagem de encomendas no lixo. Aí então eles fazem etiquetas com os dados pessoais do remetente, colam em uma caixa e insistem em entregar uma nova encomenda em mãos para a vítima e anunciam o assalto. “É importante a pessoa que levou o golpe registrar um Boletim de Ocorrência e ligar no 190, porque a polícia trabalha com estatísticas e consegue monitorar onde estão esses criminosos e em qual bairro tem mais incidência desse tipo de delito”, recomendou Palumbo. Por meio de nota, o Sindicato Patronal dos Condomínios do Estado de São Paulo afirmou que, até agora, não foi notificado deste tipo de golpe e que enviará um ofício à Secretaria de Segurança Pública e à Polícia Militar para solicitar atenção das autoridades.
*Com informações da repórter Letícia Miyamoto