O avião presidencial com 32 brasileiros e palestinos retirados da Faixa Gaza pousou em Brasília, na noite desta segunda-feira, 13. A aeronave, que saiu do Cairo, no Egito, fez três paradas antes de chegar na capital federal: uma em Roma, na Itália, uma em Las Palmas, na Espanha, e outra em Recife. Os repatriados foram recebidos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), diversos ministros e autoridades do primeiro escalão do governo federal. O grupo é formado por 17 crianças, nove mulheres e seis homens, sendo 22 brasileiros e dez palestinos familiares dos brasileiros e foi trazido no décimo resgate da zona de conflito no Oriente Médio. Em entrevista coletiva, Lula enalteceu o trabalho de todos envolvidos na operação e se comprometeu a tentar repatriar outros brasileiros que permaneceram em Gaza. “Eu só quero dizer que a chegada desse décimo avião é o coroamento de um trabalho muito sério que a gente deve aos trabalhadores do governo. Nós devemos para a aeronáutica, ao ministro das Relações Exteriores (Mauro Vieira) e a todos companheiros que estão aqui”, disse Lula. Na sequência, dois repatriados agradeceram os esforços do governo federal e relataram o sofrimento do povo palestino em meio aos ataques de Israel.
Agora, o governo federal tem uma operação de acolhimento preparada. Em complemento ao apoio de suas famílias no Brasil, eles terão à disposição serviços de abrigo, documentação e alimentação, além de apoio psicológico, cuidados médicos e imunização. Os repatriados também ficarão dois dias hospedados em Brasília para descanso numa estrutura da FAB. “Há todo um esquema de recepção. Um sistema de apoio e acolhimento em que serão oferecidos identidade, permissão de trabalho, acesso ao Sistema Único de Saúde, à rede de apoio social para refugiados, além da regularização da situação de cada um”, explicou o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, numa coletiva de imprensa neste domingo. “Alguns brasileiros já têm destino certo porque têm familiares aqui, mas uma parcela significativa, quase metade, não tem onde ficar. O Governo Federal já preparou, por meio do Ministério do Desenvolvimento Social, um local onde essas pessoas ficarão acolhidas no interior de São Paulo”, explicou Augusto de Arruda Botelho, secretário nacional de Justiça do Ministério da Justiça e Segurança Pública, que também destacou que não há prazo específico para o atendimento que será fornecido aos repatriados e refugiados.