De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 322 milhões de pessoas no mundo sofrem com a depressão. O órgão alerta que, uma a cada quatro pessoas não tem o diagnóstico e apenas uma em cada dez tem acesso a tratamento adequado. Em evento do Grupo LIDE sobre o tema, o presidente do conselho do Hospital Albert Einstein, Cláudio Lottenberg, declarou à Jovem Pan News que a doença tem que ser tratada assim que diagnosticada e que a pandemia da Covid-19 foi um divisor de águas no enfrentamento: “Algo que era tratado com reserva passou a ser tratado de forma mais aberta, sem preconceitos. Para que a gente possa lidar com isso, tem que ter enfrentamento, e enfrentamento se faz com políticas públicas (…) [A depressão] tem outros desdobramentos, como comorbidades, burnout e exaustão. Tudo isso merece uma visão mais crítica por parte da sociedade”. De acordo com Arthur Guerra, coordenador do núcleo de álcool e drogas do Hospital Sírio Libanês, a descoberta precoce da depressão contribui para o tratamento.
“É a doença do século, a doença mais grave que tem no nosso país e algo que pode ser tratado e prevenível se você fizer o diagnóstico precoce. Quanto mais cedo conseguimos abordar essa questão, melhores são as taxas de sucesso”, declarou Guerra. Já o ex-secretário de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, alerta que todo cuidado é pouco e que crianças e adolescentes não estão livres desta condição: “Que tenhamos uma atenção especial para o jovem e adolescente, que muitas vezes se enclausura dentro do quarto e fica nas redes sociais. Isso é uma forma dele se proteger do mundo adverso que está à sua volta”. O ex-governador João Dória também fez um apelo para políticas públicas no campo da saúde mental: “A importância do sistema público de saúde nos problemas de ordem mental, tanto de crianças, jovens e adolescentes, quanto de adultos, principalmente na percepção do problema e no atendimento psicológico e terapêutico para aqueles que sofrem”.
*Com informações do repórter Daniel Lian