A velocidade de afundamento da mina da Braskem, em Maceió, voltou a aumentar, de acordo com o novo balanço divulgado pela Defesa Civil, divulgado na noite desta segunda-feira, 4. Após quatro dias de desaceleração, a região agora está afundando a uma taxa de 0,26 cm por hora, 0,01 cm a mais do que o registrado no relatório anterior. Desde o dia 21 de novembro, a região já afundou 1,8 metro. Nas últimas 24 horas, a movimentação foi de 6,3 cm. O órgão ressalta que permanece em alerta máximo devido ao risco iminente de colapso da mina nº 18, da Braskem, no bairro Mutange. A população não deve transitar na área desocupada até uma nova atualização da Defesa Civil, enquanto medidas de controle e monitoramento são aplicadas para reduzir o perigo. Na manhã desta segunda-feira, a Defesa Civil registrou uma diminuição de para 0,25 cm por hora. O estado de alerta máximo decretado na capital de Alagoas completa uma semana nesta-segunda-feira, 4. Apesar da eminência de colapso observada nos últimos dias, o Ministério de Minas e Energia afirmou que a situação na mina da Braskem em Maceió é de estabilização e minimizou a chance de desmoronamento generalizado. Em relatório divulgado neste domingo, 3, o Ministério afirma que houve redução da probabilidade de deslocamentos de terra de larga escala. Há dias, uma parte da cidade da capital de Alagoas, vive o medo do local desmoronar devido à atividade da mineradora Braskem, que ocasionou desnivelamento do solo e obrigou mais de 60 mil pessoas a deixarem suas casa pelo fato da região da mina 18 ter sido colocada em estado de emergência. No documento, o Ministério informa que houve a redução da velocidade do deslocamento de terra. No dia 30 de novembro, era de 50 cm por dia, já no sábado, o número caiu para 15 cm. “A equipe de análise da Defesa Civil ressalta que essas informações são baseadas em dados contínuos, incluindo análises sísmicas”, reforçou o órgão.
Desde os anos 1980, pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) já alertavam para o colapso do solo em bairros de Maceió causado pela mineração de sal-gema realizada pela Braskem. As primeiras pesquisas que comprovaram a catástrofe foram publicadas em 2010. Em 2018, o desnivelamento começou a se tornar evidente, com rachaduras de 280 metros de extensão surgindo nas casas e nas ruas de alguns bairros. A Braskem foi obrigada a interromper a mineração e a evacuar os moradores das áreas mais afetadas. Desde 2019, mais de 14 mil imóveis precisaram ser desocupados na região, afetando cerca de 55 mil pessoas, de acordo com a prefeitura. Em 2020, a Justiça de Alagoas determinou que a Braskem pagasse indenização às famílias afetadas pelo afundamento do solo. A empresa também foi condenada a reparar os danos ambientais causados. A Braskem informou que continua monitorando a situação da mina 18 e tomando todas as medidas cabíveis para minimizar o impacto de possíveis ocorrências, colaborando com as autoridades competentes.