A PF (Polícia Federal) deflagrou nesta quarta-feira. 6, a Operação Retomada II. A ação visa combater uma organização criminosa acusada de desmatar 22 mil hectares na Amazônia, o maior desmatamento já registrado no bioma. Segundo os investigadores, grande parte dessa área era utilizada ilegalmente para a criação de gado. A operação ocorreu em Santarém, no Pará, e em Sinop, no Mato Grosso, e resultou no cumprimento de 11 mandados de busca e apreensão contra engenheiros, empresários, servidores públicos e uma família de agropecuaristas. As investigações começaram em 2022 e revelaram que o grupo fraudava cadastros de terras da União para realizar grilagem, e posteriormente desmatava as áreas para a criação de gado. Durante as investigações, foi identificado que empresas, por meio de seus sócios e funcionários, inseriam dados falsos em sistemas e falsificavam documentos para fraudar cadastros de áreas públicas da União. Além disso, os funcionários das empresas também participavam do planejamento e acompanhamento em tempo real do desmatamento. Os investigados usavam máquinas e equipamentos pesados. Uma advogada está sendo investigada por supostamente negociar o pagamento de propina a servidores públicos estaduais que teriam flagrado o desmatamento ilegal. Os investigados usavam máquinas e equipamentos pesados. A Justiça Federal do Pará autorizou a operação e decretou o sequestro de aproximadamente R$ 116 milhões e de nove imóveis do grupo. Além disso, determinou o afastamento dos servidores públicos e da advogada de suas funções. Em agosto deste ano, a PF deflagrou a primeira fase da Operação Retomada, que resultou na prisão do empresário Bruno Heller, apontado como “o maior devastador do bioma amazônico”. Na ocasião, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão nos municípios de Novo Progresso, no Pará, e em Sinop, no Mato Grosso, além do sequestro de veículos, imóveis e cabeças de gado.