A Polícia Federal (PF) indiciou nesta segunda-feira, 18, o influenciador Renato Cariani por tráfico equiparado, lavagem de dinheiro e associação para tráfico de drogas. Mesmo após o Ministério Público (MP) ter solicitado sua prisão, ele segue em liberdade. De acordo com a PF, a acusação por tráfico equiparado é porque Cariani supostamente não se envolveu de forma direta com drogas ilícitas, mas, sim, com produtos químicos destinados ao preparo de entorpecentes.
O influencer fitness prestou depoimento na sede da PF em São Paulo na tarde desta segunda-feira. Ele é suspeito de participar de um esquema de desvio de produtos químicos para o narcotráfico produzir drogas, inclusive crack. Em nota ao site da Jovem Pan, a defesa de Renato Cariani afirma que ele foi ouvido por mais de 3 horas pelo delegado de Polícia Federal, Dr. Vitor Vivaldi, mas que não houve acesso “ao conteúdo de diversos documentos e procedimentos cautelares que instruíam a investigação”. De acordo com o comunicado, Cariani respondeu a todas as perguntas que lhe foram feitas e que o indiciamento foi realizado antes de ele dar início ao seu depoimento.
Outras duas pessoas foram convocadas para prestar depoimentos, sendo elas, a sócia de Cariani, Roseli Dorth, e seu amigo, Fábio Spiola. A primeira é uma das sócias da indústria química Anidrol, de Cariani, localizada na cidade de Diadema, na Grande São Paulo. Contudo, ela não prestou depoimento, pois sua defesa solicitou adiamento por falta de acesso ao processo. As investigações da Polícia Civil de São Paulo apontam, também, que Roseli e Cariani faziam a venda de produtos químicos destinados à produção de crack. Spinola estaria envolvido neste esquema. Em 2019, a farmacêutica AstraZeneca foi ao MP informar que a Anidrol, empresa de Cariani, emitiu notas fiscais em 2017 referente a movimentações de químicos que não reconhecia como sendo suas. As investigações contra a empresa do influencer começaram na época.
“A defesa de Renato Cariani vem a público se manifestar nos seguintes termos: (i) Na data de hoje, Renato foi ouvido por mais de 3 horas pelo Delegado de Polícia Federal Dr. Vitor Vivaldi, mesmo sem ter tido acesso ao conteúdo de diversos documentos e procedimentos cautelares que instruíram a investigação; (ii) Ainda assim, respondeu a todas as perguntas que lhe foram feitas, demonstrando sua mais absoluta boa-fé no esclarecimento dos fatos; (iii) Seu indiciamento foi realizado antes do início de seu depoimento, sem que a Autoridade Policial pudesse, com antecedência, ouvir seus esclarecimentos sobre os fatos que lhe foram imputados; (iv) Renato se manifestará de forma detalhada amanhã, por meio de seus canais”, diz a íntegra da nota enviada ao site da Jovem Pan.