Quase cinco milhões de brasileiros ainda não possuem acesso à água encanada em suas residências. É o que apontam dados do Censo Demográfico 2022, divulgados nesta sexta-feira, 23, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). No total, 4,8 milhões de pessoas sem acesso a esse serviço essencial, o que representa 2,4% da população do país. De acordo com dados do Censo, em 69,3 milhões de domicílios, nos quais moravam 192,3 milhões de pessoas (95,1%), a água chegava encanada na residência. Enquanto para 2,5% da população, a água chegava encanada, mas apenas até o terreno.
Segundo o estudo, a rede geral de distribuição de água é responsável pelo abastecimento de 60,8 milhões de domicílios, onde residiam 167,5 milhões de pessoas, que representa 82,9% da população. Por sua vez, poço profundo ou artesiano foi a segunda forma principal de abastecimento, aparecendo em domicílios que representam 9,0% da população. Na sequência, aparecem poço raso, freático ou cacimba (3,2%) fonte, nascente ou mina (1,9%). Com menor ocorrência nacional, aparece o abastecimento por “carro-pipa” (1,0%), rios, açudes, córregos, lagos e igarapés (0,9%), e água da chuva armazenada (0,5%).
Ainda que a rede geral de distribuição seja a principal forma de abastecimento, há desigualdades. Enquanto o sistema abrange 91% da população do Sudeste, no Norte foi de 55,7% e, no Nordeste, 76,3%. O Norte, inclusive, foi a região que apresentou as maiores proporções da população utilizando, principalmente, as formas de abastecimento poço profundo ou artesiano (24,3%), poço raso, freático ou cacimba (11,8%) e rios, açudes, córregos, lagos e igarapés (5,3%). Entre as unidades federativas, apenas São Paulo e o Distrito Federal ultrapassaram dos 90% de moradores em domicílios com rede geral de abastecimento de água como forma principal. Na parte debaixo, Pará (48%), Rondônia (45,3%) e Amapá (43,7%) não chegavam a 50%.