A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou, nesta terça-feira (5/3), que o medicamento da GSK contra o HIV, o dolutegravir, apresentou níveis altos de resistência em humanos em comparação aos observados em ensaios clínicos.
A entidade chegou à conclusão a partir de dados de observação e pesquisa enviados por diferentes países. Eles indicam que, para alguns grupos populacionais, o medicamento não foi tão eficaz em suprimir a atividade do HIV. A OMS não informou quais países comunicaram os dados de resistência ao medicamento.
A OMS recomenda, desde 2018, o uso do dolutegravir como tratamento preferencial de primeira e segunda linha para o HIV. Estudos mostraram que ele é mais eficaz, mais fácil de tomar e leva a menos efeitos colaterais do que outros medicamentos atualmente em uso.
No entanto, os novos dados enviados mostram que a resistência variou de 3,9% a 8,6% e atingiu 19,6% entre as pessoas com histórico de tratamento e que fizeram a transição para uma terapia antirretroviral contendo dolutegravir para combater cargas virais altas do HIV.
“A evidência preocupante de resistência em indivíduos com carga viral não suprimida – apesar do tratamento com dolutegravir – sublinha a necessidade de maior vigilância e de esforços intensificados para otimizar a qualidade da prestação de cuidados ao HIV”, afirmou a diretora do Departamento Global de HIV, Hepatites e Doenças da OMS, Meg Doherty, em comunicado.
Meg alertou que a vigilância padronizada da resistência aos medicamentos contra o HIV é essencial para prevenir, monitorar e responder de forma eficaz a desafios como esses.
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HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. Causador da aids, ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. Os primeiros sintomas são muito parecidos com os de uma gripe, como febre e mal-estar. Por isso, a maioria dos casos passa despercebida Getty Images
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A baixa imunidade permite o aparecimento de doenças oportunistas, que recebem esse nome por se aproveitarem da fraqueza do organismo. Com isso, atinge-se o estágio mais avançado da doença, a aids Anna Shvets/Pexels
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Os medicamentos antirretrovirais (ARV) surgiram na década de 1980 para impedir a multiplicação do HIV no organismo. Esses medicamentos ajudam a evitar o enfraquecimento do sistema imunológico Hugo Barreto/Metrópoles
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O uso regular dos ARV é fundamental para aumentar o tempo e a qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV e reduzir o número de internações e infecções por doenças oportunistas iStock
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O tratamento é uma combinação de medicamentos que podem variar de acordo com a carga viral, estado geral de saúde da pessoa e atividade profissional, devido aos efeitos colaterais iStock
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Em 2021, um novo medicamento para o tratamento de HIV, que combina duas diferentes substâncias em um único comprimido, foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) Hugo Barreto/Metrópoles
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A empresa de biotecnologia Moderna, junto com a organização de investigação científica Iavi, anunciou no início de 2022 a aplicação das primeiras doses de uma vacina experimental contra o HIV em humanos Arthur Menescal/Especial Metrópoles
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O ensaio de fase 1 busca analisar se as doses do imunizante, que utilizam RNA mensageiro, podem induzir resposta imunológica das células e orientar o desenvolvimento rápido de anticorpos amplamente neutralizantes (bnAb) contra o vírus Arthur Menescal/Especial Metrópoles
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Nos Estados Unidos, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças aprovou o primeiro medicamento injetável para prevenir o HIV em grupos de risco, inclusive para pessoas que mantém relações sexuais com indivíduos com o vírus spukkato/iStock
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O Apretude funciona com duas injeções iniciais, administradas com um mês de intervalo. Depois, o tratamento continua com aplicações a cada dois meses iStock
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O PrEP HIV é um tratamento disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) feito especificamente para prevenir a infecção pelo vírus da Aids com o uso de medicamentos antirretrovirais Joshua Coleman/Unsplash
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Esses medicamentos atuam diretamente no vírus, impedindo a sua replicação e entrada nas células, por isso é um método eficaz para a prevenção da infecção pelo HIV iStock
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É importante que, mesmo com a PrEP, a camisinha continue a ser usada nas relações sexuais: o medicamento não previne a gravidez e nem a transmissão de outras doenças sexualmente transmissíveis, como clamídia, gonorreia e sífilis, por exemplo Keith Brofsky/Getty Images
Profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV O relatório também aponta casos de resistência aos medicamentos que são inibidores da transferência da cadeia da integrase, como o dolutegravir, em pacientes que receberam outro medicamento da GSK, chamado cabotegravir ou CAB-LA.
O remédio, vendido com o nome de Apretude, é uma medicação injetável, de ação prolongada, que funciona como uma profilaxia pré-exposição (PrEP). Ou seja, ele é uma opção adicional de prevenção ao vírus para pessoas com alto risco de infecção pelo HIV.
“Apesar do possível risco, a OMS recomenda a implementação do CAB-LA para a PrEP e pede que a expansão da estratégia seja acompanhada por uma vigilância padronizada da resistência aos medicamentos entre pessoas com resultados positivos para o HIV enquanto passam pelo tratamento”, informa a agência de saúde da ONU.
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