Foto: Marcelo Camargo/Arquivo/Agência Brasil
O ministro Rui Costa, ex-governador da Bahia 04 de abril de 2024 | 10:12
Em sua delação premiada, a empresária Cristiana Prestes Taddeo disse que a Polícia Civil da Bahia intencionalmente deixou de mencionar o nome do então governador, Rui Costa (PT), nos depoimentos que ela prestou sobre as fraudes no contrato de R$ 48 milhões para a compra de respiradores. A reportagem é do colunista Aguirre Talento, do “UOL”.
Durante seu mandato como governador, Rui Costa ordenou a abertura de um inquérito pela Polícia Civil sobre a aquisição dos equipamentos, que nunca foram entregues. Este é um dos argumentos utilizados pela defesa de Costa, atual ministro-chefe da Casa Civil desde 2023, para negar qualquer envolvimento com o negócio que causou prejuízos ao erário.
De acordo com um dos anexos da delação, ao qual o UOL teve acesso, Taddeo afirmou que os delegados encarregados da investigação na Bahia se recusaram a incluir as referências ao governador nos termos de seu depoimento. A empresária, proprietária da empresa Hempcare, que recebeu os recursos mas não entregou os respiradores, alega ter mencionado o nome do político “três ou quatro vezes”.
“Todas as vezes que eu mencionei o governador Rui Costa, os delegados que estavam me entrevistando minimizaram a sua participação dizendo que ele não tinha nenhuma culpa; que essas respostas se repetiram e, em algumas oportunidades, de forma agressiva; que então eu percebi que eles estavam protegendo o governador”, disse a delatora.
“Depois que eu fui solta e li os termos dos meus depoimentos que foram juntados ao inquérito, verifiquei que eles não traduzem na integralidade os fatos que eu narrei nos meus depoimentos; eu citei o nome do governador Rui Costa por volta de três, quatro vezes ao tratar sobre o contrato celebrado com o Consórcio Nordeste, principalmente sobre quem assinou o contrato, mas seu nome não constou nenhuma vez nos termos que foram juntados aos autos”, acrescentou.
Taddeo prestou depoimento à Polícia Civil da Bahia após ser temporariamente detida em junho de 2020, sendo posteriormente libertada após cinco dias.
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