Extremamente mal-organizada e alvo de protestos de tucanos dissidentes, a convenção do PSDB que referenda a candidatura de José Luiz Datena à Prefeitura de São Paulo, neste sábado (27/7), teve um lance insólito.
Presidente da federação PSDB-Cidadania na capital paulista e filho do ex-governador Mário Covas, um ícone do partido, o ex-vereador Mário Covas Neto, o Zuzinha, foi barrado pela Polícia Militar em uma das entradas do plenário onde a convenção acontece, na Assembleia Legislativa de São Paulo.
Veículos de imprensa, incluindo a coluna, também ficaram retidos no local, onde a PM não permitia que ninguém entrasse, sem nenhum critério. Depois, o acesso foi concedido.
Zuzinha acabou entrando no plenário pouco depois e se sentou na mesa ao lado do presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo.
Em seu discurso, Zuzinha comparou a situação ao célebre episódio em que seu pai, Mário Covas, então governador, foi agredido na entrada da Secretaria de Educação, na Praça da República, em junho de 2000. Mas disse ver um lado positivo na briga entre tucanos.
“Me agarraram, me puxaram e eu pensei ‘puxa estou revivendo uma coisa que aconteceu no passado’. Há uma voz corrente que diz que o PSDB acabou… Como é que um partido que acabou gera essa disputa?”, disse Zuzinha. Ele disse esperar que os dissidentes acompanhem Datena na campanha.
O presidente do PSDB paulistano, José Aníbal, disse que outros aliados ficaram barrados. “É uma violência impedir uma pessoa de participar de uma reunião para aclamar seu candidato”, disse.
Ao falar, Datena chegou a comparar os dissidentes, que vestiam camisetas pretas, aos camisas negras do fascismo italiano. Ele pediu que o financiamento dos protestos seja apurado.
Enquanto a convenção rolava, os militantes tucanos dissidentes liderados por Fernando Alfredo, ex-presidente do PSDB municipal, seguiram protestando com apitos e buzinas do lado de fora.