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PCDF prende integrante de bando da Rainha do Gado por posse de arma

Durante o cumprimento de nove mandados de busca e apreensão em imóveis ligados a oito suspeitos do bando da “Rainha do Gado” – professora da rede pública de ensino do Distrito Federal que comandava um esquema de fraudes contra bancos públicos e privados e lavagem de dinheiro –, um suspeito foi preso em flagrante por posse de arma de fogo e munição de uso restrito.

A segunda fase da Operação Rainha do Gado ocorreu na manhã desta terça-feira (8/10) e contou com 50 policiais da 18ª Delegacia de Polícia (Brazlândia), que fizeram buscas na região administrativa, em Arniqueiras, no Gama, em Águas Lindas (GO), na Cidade Ocidental (GO) e em Valparaíso (GO).

A organização criminosa tinha base em Brazlândia e liderada por Vanesia Maria Rodrigues de Araújo, presa durante a primeira fase da operação, em 18 de junho último.

De cunho familiar, a estrutura criminosa contava com outros parentes da líder do bando, que hoje responde em liberdade, bem como de gerentes e empregados de bancos. Atualmente, 18 pessoas são investigadas por fazer parte do grupo criminoso.

Os mandados visam reunir ainda mais elementos de informação para confirmação das fraudes, com possibilidade de os envolvidos responderem por organização criminosa e lavagem de dinheiro, além de crimes contra o sistema financeiro, contra a ordem tributária e contra a administração pública. Somadas, as penas pelos delitos podem levar a 50 anos de prisão.

Por meio de nota, o advogado Og Pereira informou que “a professora Vanésia é a principal interessada na apuração dos fatos” e que, “por isso mesmo, tem prestado total colaboração com todas as autoridades, desde o início das investigações”. “Além disso, por confiar plenamente Justiça, tem certeza de que, ao fim, restará provada a inocência dela e dos familiares”, completou a defesa da investigada.

Confira imagens da operação:

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Servidores da Educação aliciados

Segundo as investigações, servidores da Fundação Educacional do DF, principalmente professores e agentes de serviços gerais, eram aliciados pelo bando comandado pela professora aposentada.

A esses “clientes”, eram oferecidos empréstimos bancários a partir da falsificação de contracheques dos servidores do GDF, aumentando o salário bruto do beneficiário do esquema para que sua margem de crédito fosse maior e iludisse a instituição financeira responsável pela concessão do empréstimo, gerando um crédito acima da capacidade financeira do servidor.

Para a aprovação desses empréstimos, a líder do bando exigia uma porcentagem de participação sobre o valor obtido pela instituição financeira, que girava em torno de 5% a 20% do valor emprestado.

Gerentes de bancos e ex-criminosos

Após um ano e meio de investigação, a 18ª DP constatou que o esquema operava em Brazlândia com auxílio de gerentes e funcionários das instituições bancárias e com a participação de criminosos com histórico de tráfico de drogas, estupro, roubo e furto.

Segundo as investigações, gerentes de um banco público e de bancos privados estavam envolvidos no esquema, facilitando a obtenção dos empréstimos com a cobrança de juros abaixo do mercado, por meio da concessão de financiamentos imobiliários. Os gerentes também teriam conhecimento do uso de documentação fraudulenta para conseguir os créditos.

Além disso, os investigadores identificaram que o esquema funcionava com três tipos de envolvidos dentro da organização criminosa, sendo eles:

  • Os “corretores”, responsáveis por aliciar os servidores da Educação do GDF e oferecer condições de crédito ilícitas aos beneficiários finais dos empréstimos;
  • Os “fraudadores”, responsáveis por falsificar notas fiscais, procurações, escrituras de imóveis, dentre outros documentos, para fundamentar documentalmente o empréstimo concedido; e
  • Os “intimidadores”, os integrantes mais perigosos do grupo, responsáveis por ameaçar os “clientes” que tentavam desistir de obter o empréstimo fraudulento oferecido.

Movimentação milionária

De acordo com informações de relatórios de inteligência financeira produzidos na primeira fase da operação, o grupo movimentou a quantia de R$ 32,7 milhões em transações atípicas, apesar da renda mensal declarada da professora do GDF e líder do grupo ser de R$ 9.433,34.

Com a segunda fase da operação, verificou-se a movimentação de outros 12 milhões de reais supostamente ilícitos, em período inferior a um ano, gerando um total movimentado de R$ 54,5 milhões nos últimos 5 anos.

O dinheiro ilícito obtido por meio do esquema fraudulento sustentava o padrão de vida do grupo criminoso e era utilizado para adquirir empresas.

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