InícioEditorialEmpreendimento acusa Sedur de descumprir decisão judicial para autorizar demolição de construção...

Empreendimento acusa Sedur de descumprir decisão judicial para autorizar demolição de construção no Corredor da Vitória

Passados cinco meses da decisão judicial que determinou a demolição de uma construção realizada em um terreno na Rua Aloísio de Carvalho, espaço lateral ao edifício Philetto Sobrinho, no Corredor da Vitória, a ordem não foi cumprida. O Ministério Público acusa os envolvidos de terem realizado intervenções na área que possui proteção ambiental, porém nada foi demolido até então. 



Foto: Bahia Notícias 

O Bahia Notícias apurou e obteve registros do local, onde a vegetação nativa tem crescido ao redor da construção. Além disso, o condomínio já teria buscado a Sedur, que também possui responsabilidade para realizar o procedimento, porém, o órgão municipal ainda não teria respondido o pedido do condomínio. Com isso, a data para o início da demolição ainda seria incerta, já que depende das duas partes para ser realizada. 

A decisão apontou que os registros necessários da estrutura a ser demolida deveriam ser feitos no prazo de até 72 horas ou inferior, a critério do órgão municipal competente, conforme o risco concretamente verificado.

Sendo desnecessária qualquer autorização judicial para tal fim, até porque se trata de decisão administrativa oriunda do órgão municipal competente, que possui eficácia própria — autoexecutoriedade, notadamente por se tratar de questão envolvendo a segurança/estabilidade da construção. “Para tanto, é suficiente que a requerida e o órgão municipal competente ajustem entre si o cumprimento da diligência, e, se houver tempo hábil, do ponto de vista do risco concreto de colapso, comuniquem previamente a este Juízo a respeito da data da sua realização”, diz o despacho. 

Assinado pelo juiz federal Marcel Peres, o empreendimento Porto Victoria e a prefeitura de Salvador foram intimados com urgência, porém, nada foi feito. O juiz também apontou que, “diante da urgência do caso, se houver tempo hábil, fica autorizado o contato direto” entre as partes para que acompanhassem a visita técnica para a continuidade do processo de demolição. 

Em 2019, a Defesa Civil de Salvador (Codesal) chegou a alertar para o risco de desabamento na região. Conforme o chefe da Codesal, Sosthenes Macedo, a obra estaria abandonada e em estado de degradação. Segundo ele, a prefeitura tenta localizar o proprietário da área. 

A obra é de responsabilidade da construtora de César Phileto. Em 2015, a Secretaria Municipal de Urbanismo — antigamente Sucom e hoje Sedur — interditou o local. A administração argumentou que o empreendimento desobedeceu à gestão ao dar continuidade ao serviço sem apresentar projeto para regularizar danos causados ao meio ambiente. Em 2020, o aviso se tornou real: um desabamento na encosta. 



Foto: Bahia Notícias 

O desabamento aconteceu no acesso do bonde do edifício Phileto Sobrinho para o mar. Uma estrutura de um prédio situado na região também ficou em risco. À época, a Defesa Civil de Salvador (Codesal) informou que enviou uma equipe ao local para realizar perícia. 

Em setembro de 2023, o juiz Marcel Peres já tinha arbitrado o valor de R$ 75.719,70 em honorários periciais para análise do caso, com 30 dias para a conclusão dos trabalhos e a entrega do laudo. A última movimentação processual foi no final de fevereiro de 2024, quando o juiz federal indicou que caberia à Porto Victoria Empreendimentos custear a perícia sugerida por ela mesma, após manifestação do Ministério Público e invalidação de outro laudo pericial apresentado. Porém nenhum laudo foi juntado para avançar o processo.

FOCO NA VITÓRIA

Com a Justiça Federal já lidando sobre a impossibilidade de utilização de uma área de Proteção Ambiental para construção civil, o Ministério Público Federal também acionou a Justiça para apurar o caso e ajuizou ação civil pública, com pedido de liminar, contra o município de Salvador. A iniciativa visa impedir o leilão de área de proteção permanente (APP) de 6.699 m², localizada na Encosta da Vitória, em Salvador. 

A desafetação dessa e de outras áreas do município — incluindo diversas áreas verdes — está prevista na Lei Municipal 9.775/2023, aprovada pela Câmara Municipal de Salvador no fim do ano passado. A desafetação é um instituto que permite a mudança ou alteração da vinculação específica de um imóvel. Trata-se de um ato pelo qual se “desfaz um vínculo jurídico, inerente à natureza de alguma coisa, à propriedade ou à posse, fazendo desaparecer o direito sobre ela”, explica o MPF na ação.

Você sabia que o Itamaraju Notícias está no Facebook, Instagram, Telegram, TikTok, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.

Últimas notícias

Chuva causa alagamentos em vias de Vitória da Conquista

As chuvas que caíram na manhã desta sexta-feira (22) deixaram diversas ruas de Vitória...

Ana Marcela é heptacampeã da Copa do Mundo de águas abertas

Ana Marcela conquistou o título de heptacampeã da Copa do Mundo de águas abertas...

Taxa de informalidade no Brasil atinge 38,8% no terceiro trimestre de 2024

No terceiro trimestre de 2024, o Brasil registrou uma taxa de informalidade de 38,8%,...

Academia de Letras Jurídicas da Bahia elege nova diretoria para biênio 2025-2026

Membros da Academia de Letras Jurídicas da Bahia escolheram nesta quinta-feira (21) a nova...

Mais para você