Em busca da reeleição em São Paulo, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) escolheu o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, como principal alvo das críticas pelo apagão que dura quatro dias na capital paulista. O emedebista, porém, enfrenta uma saia justa. Silveira é do PSD, partido presidido por Gilberto Kassab, um dos seus principais aliados. A sigla, inclusive, colaborou com R$ 2 milhões para o financiamento da sua campanha.
Alexandre Silveira é membro da executiva nacional do partido e ocupa o cargo de secretário-geral. Ele é um dos três ministros que compõem a cota do PSD no governo Lula. Kassab também indicou os ministros da Agricultura, Carlos Fávaro, e da Pesca, André de Paula. O Planalto apoia Guilherme Boulos (PSol) na disputa pela prefeitura da capital paulista.
Nunes, que tenta se eleger com o apoio da direita, afirmou durante o debate dessa segunda-feira (14/10) que a culpa do apagão seria de Silveira. O prefeito, inclusive, disse que o ministro de Minas e Energia estava na Europa negociando um acordo para renovação com a Enel, concessionária de energia em São Paulo.
“É lamentável! No dia do apagão, o ministro das Minas e Energia Alexandre Silveira, falou em durante um evento com o diretor da Enel, em Roma, na Itália, da possibilidade de renovação dos contratos da Enel no Brasil. São Paulo não merece que a Enel continue prestando seus serviços aqui”, disse Nunes durante o debate contra Boulos.
O ministro rebateu. “De olho na herança eleitoral de Pablo Marçal, Ricardo Nunes se mostra um excelente aprendiz de malfeitos, ao divulgar fake news. A verdade é que participei de um fórum de debates na Itália com a presença de vários empresários e autoridades brasileiras e italianas”.
Boulos afirmou que o prefeito tem responsabilidade porque não cuidou da maneira devida da poda de árvores. Algumas delas cairam e atingiram a rede elétrica, causando interrupção do abastecimento de energia em bairros de São Paulo.