A quilombola Tainara dos Santos, de 27 anos, segue desparecida há uma semana. A última vez que ela foi vista foi no dia 9 de outubro, após sair da comunidade quilombola Acutinga Motecho, zona rural de Cachoeira, no Recôncavo baiano. Suspeito pelo desaparecimento, o ex-companheiro de Tainara, George Anderson Santos, conhecido como Dandan, teria sido a última pessoa que fez contato com a quilombola. Ele foi preso.
Questionado sobre o paradeiro da ex-companheira, o suspeito disse que a deixou em um posto de gasolina próximo a Santo Amaro, na mesma região, em um local conhecido como km 25. Conforme relato de familiares, após sair da comunidade em direção à sede de Cachoeira, Tainara foi vista em uma lan house, acompanhada de homens.
Segundo informações da família, no mesmo dia, o irmão da jovem também a viu sentada em uma praça em companhia do ex-companheiro, George Anderson Santos, conhecido como Dandan, com quem manteve um relacionamento por cerca de seis anos.
Conforme o Instituto Odara, uma irmã de Taianara, Itamara Santos, disse que o relacionamento entre os dois foi marcado por muitas brigas e agressões físicas, mas que há quatro meses ela teria tentado dar um fim no relacionamento. “Um relacionamento que nunca deu certo. Há quatro meses que eles se separaram e aí que realmente começou a turbulência. A gente não sabia que ele ainda tinha esse contato com ela. Segundo relatos, havia pessoas na comunidade que passavam informações sobre ela para ele”, conta.
Em agosto deste ano, Tainara havia registrado uma queixa de violência doméstica contra George, solicitando uma medida protetiva. No entanto, no dia 22 de setembro, ela pediu ao Ministério Público para encerrar o caso judicialmente. Ação que para Maria das Graças, advogada que inicialmente acompanhou, é resultado das pressões de George.
“Eu já tinha visto ela machucada algumas vezes. Nós conversávamos sobre a situação e ela demonstrava muito medo. Possivelmente ela estava sendo coagida por ele, por conta da guarda da filha. Na terça-feira (8) ela esteve em meu escritório desesperada, mas eu infelizmente não estava lá para atendê-la”, afirma a advogada.
No dia do desaparecimento, Tainara também foi vista no cartório de Cachoeira acompanhada por homens, que segundo conhecidos, trabalhavam para George. Relatos afirmam que ela estava buscando a partilha dos bens.