São Paulo — O empresário Luciano Caruso, cofundador da Cosecurity, afirmou durante live no início do mês que câmeras de vigilância não são mais “passivas” e que, no futuro, serão capazes de detectar com precisão comportamentos que possam indicar a ocorrência de crimes.
Hoje, o reconhecimento facial realizado é baseado em análise do rosto da pessoa em comparação com banco de dados do serviço público. Segundo o diretor do Smart Sampa, Jabs Cres, o sistema dá até 90% de chance de acerto e, antes de ser realizada alguma ação, como a abordagem a um suspeito ou foragido, é necessária a análise por parte de um agente.
Caruso disse que as câmeras, hoje em dia, “são sensores”. “Elas não estão mais ali, passivas, olhando, para a gente fazer investigações depois. Acho que a gente acertou aqui, do nosso lado, na Cosecurity, desde o início, indo para placa e face, que são duas características mais fáceis de acertar, mais assertivas do que comportamento”, afirmou.
Segundo o sócio da Cosecurity, comportamentos são mais difíceis de acertar como alertas válidos em uma cidade como São Paulo. “Uma moto na calçada, um carro na contramão, aglomeração, gente deitada na rua, que seria um corpo caído, objeto abandonado, saco de lixo são coisas do dia a dia que geram muito alarme falso numa central”, diz.
“Acredito que, um dia, vamos ter analíticos melhores de comportamentais, que vão interpretar uma moto na calçada que não está ali para cometer um assalto, algumas coisas que a gente vai chegar nesse nível, não tenho dúvida”, disse.
Segundo Caruso, os avanços ocorridos no últimos anos são visíveis, por exemplo, na entrada dos prédios. “Há três, quatro anos, era só biometria do dedo. Hoje em dia, nem se vende mais isso, quase. O preço de uma digital e de uma face é o mesmo”, disse. “Não tenho dúvida de que, assim como o ChatGPT, as câmeras vão trabalhar com inteligência artificial de uma forma surpreendente daqui para frente”, completa.
Já o diretor do Smart Sampa, Jabs Cres, afirmou que o desenvolvimento de algoritmos deve avançar ainda mais. “A gente pode chegar ao ponto de identificar até situações de risco, como pessoas que estão sendo assaltadas levantando a mão, pessoas com arma ou faca… No futuro, viu, gente? Calma. Com desenvolvimento, exatamente trazendo mais sensação de segurança. O que o cidadão quer, na verdade, é sensação de segurança na ponta, saber que, se acontecer alguma coisa, as câmeras vão conseguir identificar.”
Segundo Cres, “só olhar a imagem não adianta nada”. “A gente precisa saber o que está acontecendo e o algoritmo, a inteligência artificial, vão trazer exatamente isso”, afirmou.
O executivo afirmou também que o monitoramento por câmeras, com uso de algoritmos, é uma “política pública de estado, que está estabelecida”, sem que seja possível interferência no futuro, independentemente de quem assuma o poder na cidade.
“O próximo prefeito vai ter que continuar isso aqui, entendeu? Não tem como chegar e desligar a chavinha, porque se desligar a chavinha acaba tudo da GCM. Ele não vai fazer isso”, destacou.
Câmeras atuais
As câmeras usadas pela empresa de vigilância ao redor do Edifício Pátio Victor Malzoni, na Avenida Brigadeiro Faria Lima, são de dois modelos diferentes. Um deles faz a leitura de placas e modelos de veículos e 0 outro consegue realizar o reconhecimento facial.
O modelo que faz a leitura de placa consegue identificar o veículo em velocidade de até 180 km/h. “Com ela é possível monitorar ruas e avenidas de forma muito mais fácil. Além de identificar as placas, essa câmera também identifica a cor dos carros, e pode gerar relatórios. É possível ainda fazer o cadastro de uma lista de placas suspeitas para alertas automáticos, como para carros roubados, por exemplo”, diz o fabricante.
Já o outro modelo tem imagem em alta definição e é capaz de detalhar uma cena. “Além disso, possui inteligência artificial embarcada para realizar reconhecimento facial, contagem de pessoas e inteligência perimetral”, afirma a empresa responsável pela fabricação.