São Paulo — Ex-prefeita e candidata à vice de Guilherme Boulos (PSol) para Prefeitura em São Paulo, Marta Suplicy (PT) apontou o psolista como “herdeiro de Lula”. A fala ocorreu durante evento, nesta terça-feira (22/10), na região central de São Paulo, em apoio à chapa pela Prefeitura da capital, que políticos, artistas e intelectuais progressistas.
Em discurso no Teatro Gazeta, Marta disse que “a gente vai percebendo quando as pessoas têm uma estrela” e comentou que falou sobre Boulos com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT).
“Outro dia eu liguei pro Lula, viu? [E disse para ele]: ‘Pode ficar tranquilo. Você já tem herdeiro’. E ele deu uma risada gostosa”, disse Marta, que recebeu aplausos efusivos da plateia após a fala.
Em entrevista aos jornalistas ao fim do evento, Boulos tratou de minimizar o assunto e disse que não é o momento de debater o tema.
“Isso não é uma discussão pra ser feita neste momento. O presidente Lula é a maior liderança que esse país produziu, é presidente do país. Meu foco absoluto é trabalhar pra ganhar a Prefeitura de São Paulo e fazer da nossa cidade uma cidade mais justa”
Atrás nas pesquisas — o levantamento da Paraná Pesquisas, divulgado nesta terça, mostra Ricardo Nunes com 51,7% das intenções de voto, contra 39,6% do deputado federal –, Boulos fez um um discurso para agitar a militância.
Durante, o evento, o candidato disse que é hora de “olho no olho” e reforçou que a extrema direita quer fazer São Paulo de trampolim pra voltar ao poder no Brasil em 2026. Boulos lembrou que houve viradas no pleito municipal nas eleições de Luiza Erundina, em 1988, e Fernando Haddad, em 2012, e destacou que agora é hora de união.
Nunes “quebrou o governo”, disse Alckmin
O vice-presidente Geraldo Alckmin, que participou do evento, junto com o ministro do Empreendedorismo, Márcio França, ambos do PSB, disse que a gestão do prefeito e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), tem deixado a Prefeitura com déficit nas contas e insinuou que o emedebista tem quebrado a administração para vencer a disputa no próximo domingo (27/10).
“Quebrar governo para tentar ganhar eleição é subestimar a inteligência e a capacidade de julgamento das pessoas”, afirmou Alckmin após o ato, realizado no Teatro Gazeta, na Avenida Paulista.
“Meias” contra a extrema direita
Durante o evento, Alckmin mostrou que usava um par de meias com o número 50, do PSol (foto acima). Boulos comentou o gesto e disse que era um símbolo da união contra a extrema direita neste segundo turno.
“O Alckmin tem uma coleção de meias coloridas. Eu presenteei e na hora ele tirou a meia que ele tava e botou a meia do 50, fez questão de colocar. Eu acho que isso simboliza o que está em jogo nesta eleição do próximo domingo”, afirmou Boulos.
“O vice-presidente Geraldo Alckmin se colocou há dois anos como um grande defensor da democracia neste país e fez uma aliança com quem ele teve diferenças em outros momentos que foi o presidente Lula. E agora neste momento ele entendeu também que aqui em São Paulo é uma batalha que expressa também a necessidade de derrotar esse campo de extrema direita, de ódio de mentira, e por isso se juntou com tanta força à nossa campanha”
Alckmin, que apoiou a candidatura da deputada Tabata Amaral (PSB) no primeiro turno, defendeu o nome de Boulos como a melhor opção para administrar a cidade e elogiou o psolista.
“Eu estou convencido de que o Boulos é a mudança, que tem tudo para fazer o governo mais perto da população e quem ouve mais erra menos”, afirmou.
Nunes é “ovo da serpente”
Em entrevistas aos jornalistas, o ministro Márcia França citou o nazismo e a união do mundo pela democracia no passado, e disse que a gestão Nunes é o “ovo da serpente”.
“Aqui em São Paulo está sendo gestado o ovo da serpente e a gente vai fazer de tudo o que for possível para evitar que ele nasça de novo”, disse França.
Aos jornalistas, Boulos minimizou as diferenças históricas que teve com Alckmin, contra quem disputou a eleição presidencial em 2018 e fez duras críticas, e citou união pela democracia.
“O Brasil mudou e quando o Brasil mudou e começou a surgir um campo que representa uma ameaça à democracia brasileira, diferenças que são naturais dentro de uma democracia se tornam convergências para derrotar um campo antidemocrático. Foi o que aconteceu em 2022 e isso que está acontecendo neste momento”, disse Boulos.