Seis vítimas do ataque a tiros em Novo Hamburgo (RS) seguem hospitalizadas. Quatro delas em estado considerado crítico: os PMs Rodrigo Weber Voltz, 31 anos, e João Paulo Farias Oliveira, 26 anos, Cleris Crippa, 70 anos, mãe do atirador Edson Fernando Crippa, e a cunhada dele, Priscilla Martins, 41 anos.
Os PMs estão na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Municipal de Novo Hamburgo. Cleris e Priscilla estão na UTI do Hospital Centenário, em São Leopoldo. Elas passaram por cirurgias na região do tórax e abdômen.
O tiroteio, já considerado o maior da história da cidade, deixou quatro mortos – incluindo o próprio atirador – e outras nove pessoas feridas.
Entre os feridos sete são brigadistas militares, um guarda municipal e quatro pessoas da mesma família do atirador. A ocorrência na Rua Adolfo Jaeger, bairro Ouro Branco, teve início na noite de terça-feira (22/10) e terminou às 8h30 dessa quarta-feira (23/10), com a morte de Edson Crippa, que, segundo a Brigada Militar, foi “neutralizado”.
De acordo com informações da corporação, uma guarnição teria sido acionada para averiguar uma ocorrência de maus-tratos contra idosos no local, além de um desentendimento entre pai e filho. Ao chegarem à residência, o atirador teria dado início aos disparos.
Estado de saúde
Das 12 pessoas baleadas, três não resistiram e morreram: o brigadista militar Everton Kirsch Júnior, de 31 anos; o pai do suspeito, Eugenio Crippa, de 74, e o irmão do atirador, Everton Luciano Crippa, 49 anos.
Entre os feridos, também seguem internados:
- Joseane Muller, 38 anos, PM – estado estável e transferida para o Hospital da Brigada Militar, em Porto Alegre
- Volmir de Souza, 54 anos, guarda municipal – estava em estado grave, mas saiu de perigo e foi transferido para o Hospital da Unimed, em Novo Hamburgo.
Os PMs Eduardo de Brida Geiger, Leonardo Valadão Alves e Felipe Costa Santos Rocha tiveram ferimentos leves e já receberam alta médica.
Atirador morto
Edson Crippa tinha histórico de esquizofrenia, segundo o delegado Fernando Sodré, chefe da Polícia Civil do Rio Grande do Sul. Ele era motorista de caminhão, colecionador, atirador desportivo e caçador (CAC), sem antecedentes criminais, e tinha licença Sigma do Exército, com quatro armas registradas em seu nome, segundo o Sistema de Consultas Integradas. “Todas as armas eram legalizadas”, destacou Sodré.
“É um cenário de guerra. Ele tinha farta munição, duas pistolas, uma calibre 9 mm e uma calibre.380, e mais duas carabinas, e efetou disparos em cima dos policiais durante todo o tempo”, explicou o delegado.
O armamento de Edson era composto por:
— 1 pistola Taurus PT111G2 calibre 9 mm
— 1 rifle calibre 22
— 1 espingarda calibre 12
— 1 pistola .380.
Os policiais tentaram negociar a rendição do suspeito. O atirador teria derrubado a tiros dois drones usados na ação e respondia às negociações da polícia com disparos. As casas vizinhas à ocorrência foram esvaziadas como medida de segurança.
O coronel Cláudio Feoli, comandante da brigada Militar, disse a jornalistas que Edson foi “neutralizado” pelo Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope).
“Poderíamos ter tido um número muito maior de feridos se a brigada não tivesse feito as incursões para retirar os feridos”, ressaltou Feoli.