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Ivete Sangalo tenta registrar marca de samba e anima fãs com possibilidade de novo projeto

Ivete Sangalo pode ser a próxima artista a investir no samba como um projeto para a carreira. A baiana, que em 2024 celebra 30 anos de história nos palcos, vem dando indícios aos fãs de que o gênero musical estará ainda mais presente no repertório dela nos próximos meses.

A primeira certeza de que a cantora está apostando no ritmo é o registro da marca ‘Ivete Samba’, feita junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). O pedido foi feito no dia 18 de setembro no nome da própria cantora e tem como especificação “Apresentação de Espetáculos de Variedades; direção de shows; e fornecimento de programas de televisão, não baixáveis”.

A última movimentação da solicitação feita pela cantora aconteceu no dia 8 de outubro deste ano, com a conclusão do exame formal e a publicação de pedido de registro para oposição.

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A promessa de investir no gênero musical é antiga. Em 2023, os fãs chegaram a brincar com a situação após a cantora confirmar que faria o disco. “Após cantar ‘Falta Você’ de Thiaguinho e ‘Derê’ de Belo, Ivete Sangalo anunciou que fará um álbum de samba em 2024. Essa é a milésima vez que a cantora faz esse anúncio”, escreveu um perfil dedicado a artista.

Os indícios ficaram mais fortes após Ivete criar três playlists dedicadas ao ritmo no Spotify, uma delas “Estudo samba”, que traz as músicas ‘Desafio/ Farol das Estrelas’ de Belo e ‘Pé Na Areia’ de Diogo Nogueira. O gênero não é nenhuma novidade para Ivete, que já colocava músicas de samba em seu repertório e já gravou com dois grandes nomes do ritmo.

No CD ‘Se Eu Não Te Amasse Tanto Assim’, de 2002, Ivete colaborou com Jorge Aragão na música ‘Loucuras de uma Paixão’. A artista também já cantou com a banda Sorriso Maroto na música ‘E Agora Nós?’, além de já ter feito duetos com Péricles, Thiaguinho, Mumuzinho, Alcione, Nelson Rufino, Zeca Pagodinho, Ju Moraes e outros. Entre as músicas favoritas de Ivete estão ainda ‘Trilha do Amor’ e ‘Meu Nome é Favela’ de Arlindo Cruz.

SAMBA EM ALTA

O samba passou a ser o novo “pop” para os artistas da atualidade e a crescente reflete no número de eventos dedicados ao ritmo, já que nos streams, o sertanejo continua como rei, ao menos no último levantamento feito pelo Spotify e divulgado na retrospectiva de 2023.

De 2015, ano de estreia do projeto Tardezinha de Thiaguinho, para 2024, ficou nítida a alta na oferta de eventos de samba em todo o país, tanto de artistas que já cantavam o gênero como Mumuzinho com o ‘Resenha do Mumu’, e a banda Sorriso Maroto com o ‘Sorriso Maroto As Antigas’, até o surgimento de novas bandas e novos projetos como a banda Menos É Mais com o ‘Churrasquinho Menos É Mais’.

Fora do samba, tem quem tenha migrado para o estilo e sucedido na missão, como Ludmilla que explodiu em todo o Brasil com o projeto ‘Numanice’, inspirando cantores de funk e de outros gêneros musicais a se arriscarem no samba, a tirar por Glória Groove no ‘Serenata da GG’.

Os projetos que têm rodado o país, as famosas labels, são festas que tem uma identidade própria, apesar do ritmo ser o mesmo cantado por diversos artistas. Os eventos não costumam se resumir apenas na apresentação do palco, a ideia é sempre criar uma atmosfera diferenciada, uma experiência única que só pode ser vivida naquele evento. 

Dois artistas baianos investiram pesado em labels dedicadas ao samba em 2024, o cantor Léo Santana com o projeto ‘Paggodin’, que se assemelha ao ‘Tardezinha’ e ao ‘Numanice’, e Xanddy Harmonia, que lançou o ‘Xanddy Samba de Roda’, voltado para as raízes do samba, quando Tia Ciata, natural de Santo Amaro, levou o gênero que nasceu na Bahia para o Rio de Janeiro, criando o que conhecemos hoje como samba.

Outro artista que trabalha para lançar o próprio projeto de samba é o cantor Carlinhos Brown. Ao Bahia Notícias, o músico se empolgou ao falar sobre o ‘Samba Guetho Square‘ e o motivo de investir novamente no gênero.

“Com esse retorno do samba, eu comecei a fazer uma análise e eu me vi tão dentro… Sabe como tudo isso começou? Quando eu gravei um demo para Edson Conceição de ‘Não Deixe o Samba Morrer’, como percussionista lá com Rangel na WR. Aquilo ali foi um grande momento. Gravei também muito com Batatinha, com Gil e Caetano, eu escrevi vários sambas […] se é esse o estilo e se esse conceito está fortalecido, é sinal de que eu preciso também mostrar”, afirmou o artista.

Na terra do samba, o pagode sempre fez a festa. Mas, nos últimos anos, o público tem mostrado a preferência pela melodia menos arrastada e com a percussão mais suave, com letras menos explícitas, o que tem justificado a movimentação de artistas como Léo e Xanddy para projetos como o citado por Brown.

Em conversa com o site, um empresário da área do entretenimento, que preferiu não ser identificado, pontuou a forma como a Bahia tem conhecido artistas que já faziam sucesso no gênero em outros estados e com a crescente do consumo sem descriminação de idade e condições sociais, passaram a alcançar novos públicos.

“Por muito tempo a gente se deparou com um mercado machista e fechado. Já tem alguns anos que existe essa movimentação, tanto de artistas que já se apresentavam nesse ritmo, como Ju Moraes, por exemplo, que lançou o Sambaiana, Luciano Castilho que apostou no Samba do Lu. Tem vários outros artistas surgindo e muita gente que fez sucesso em 2007, por exemplo, mas fora da Bahia, que está se tornando popular para quem consome o samba agora. Tem muito menino novo fazendo um bom samba, muita mulher ganhando espaço e isso é importante culturalmente.”

E como já cantava Alcione na música de Edson Conceição e Aloisio Silva, o que importa mesmo é não deixar o samba morrer.

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