A riqueza da Baía de Todos-os-Santos pode ir além da vista inigualável e das praias incomparáveis. Em busca dos “tesouros” da Ilha das Vacas, na Baía de Todos-os-Santos, o governo federal expediu uma portaria que prevê a iniciação de estudos arqueológicos na região, contando com o apoio do Laboratório de Arqueologia da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH) da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Uma curiosidade é que, apesar das praias serem públicas, a Ilha das Vacas é de propriedade privada, sendo da família do ex-deputado federal baiano Clemente Mariani. O local é quase que completamente desabitado, mantendo a conservação praticamente total da floresta original. Em todo território da ilha, há apenas um casarão e outras pequenas edificações para os funcionários.
Em pesquisa realizada pelo programa de pós-graduação da Universidade Federal de Sergipe (UFS), no ano de 2017, já foram encontrados “objetos líticos” na região, traduzindo para o português, basicamente materiais encontrados em sítios arqueológicos que tiveram alguma empregabilidade na sociedade pré-histórica.
O estudo Joyce Avelino Carneiro da Silva aponta que comunidades, conhecidas como “Sambaquis” habitaram a ilha, deixando artefatos de mais de 2 mil anos na região.
“Os resultados indicam uma ocupação durante o Holoceno recente, com 2.050 e 2.520 anos. Dentre os vestígios zooarqueológicos se registra moluscos comestíveis e outras, bem como espécies ornamentais, como a Arca imbricata em quantidade ampla. Com relação aos vestígios paleobotânicos, amostras foram recuperadas no sambaqui, resultando na identificação de espécies vegetais de uso construtivos (madeira), em cestarias, medicinais e psicoativos”, disse a pesquisadora.
Utensílios pré-históricos encontrados na Ilha das Vacas. Foto: Reprodução / Joyce Avelino Carneiro da Silva