A rainha do Axé Daniela Mercury marcou presença na celebração dos 50 anos do Ilê Aiyê nesta sexta-feira (1º) e comentou sobre sua ligação com o bloco afro. Em entrevista, a cantora comentou sobre a união de compositores baianos que foram inspirados pela musicalidade do bloco e sobre as transformações políticas e sociais que foram proporcionadas pelo Ilê Aiyê.
“Eu me coloquei como porta-voz compositores no começo da minha carreira sou compositora, mas eu achava tão especial a forma como eles compunham. Eu achei que era uma geração de compositores e compositoras com graça, que começaram a fazer diálogos com a percussão e criar temas muito ricos, independentemente deles estarem exaltando os blocos, eles falavam de temas pertinentes, sobre exclusão, afirmação contra o racismo e de transformas completamente originais”, disse Daniela.
A artista falou sobre como foi inspirada também pelo bloco afro: “Aquilo para mim sempre foi uma música, tão política, tão forte, tão importante para a cidade. Ao longo do tempo eu vim fazendo foi me inspirar com as batidas deles. Eu agradeço imensamente porque o Ilê para mim, além de tudo para mim é orixá, então toda vez que eu canto com o Ilê, eu saio mais abençoada”.
Daniela Mercury também afirmou que a cultura baiana, cada vez mais, tem influenciado o mundo inteiro. Como exemplo, cantora disse que o Carnaval de Salvador influenciou as folias ao redor do Brasil, levando as festas para a rua.
“Somos um pouco axé. Todo mundo é um pouco axé. Nem o Brasil e nem o mundo pode dizer que não tem axé. A gente já influencia o mundo inteiro. Imagine os carnavais que hoje tão na rua, São Paulo, Rio, Belo Horizonte. Quem foi que foi fazer o Carnaval na rua? Estimular o Carnaval de cortejo, com as pessoas da cidade. A gente acendeu nas pessoas o desejo do que se tem de mais importante, valorizar a música do lugar delas”, contou Daniela.