A reunião da Cúpula do G20, marcada para os dias 19 e 20 de novembro, no Rio de Janeiro, terá como um dos principais temas a proposta do Brasil para a taxação dos super-ricos. Desde o início do ano, a equipe econômica do governo brasileiro tem se empenhado em apresentar essa ideia a diversos países, buscando apoio e colaboração internacional. Caso não haja progresso significativo durante o encontro do G20, o Brasil está determinado a implementar a medida internamente. A proposta visa criar uma contribuição onde os mais ricos sejam mais taxados, diminuindo a carga tributária sobre população de baixa renda, com a expectativa de que essa iniciativa possa se expandir globalmente.
Estudos preliminares indicam que a taxação proposta pelo governo brasileiro afetaria cerca de 3.000 pessoas em todo o mundo, sendo aproximadamente 100 delas na América Latina. A arrecadação potencial é estimada em US$ 250 bilhões por ano. Apesar de o imposto ser relativamente pequeno, em torno de 2% sobre grandes fortunas, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reconhece que ainda existem resistências significativas. A discussão sobre a taxação será um dos temas centrais na reunião do G20, que também abordará questões cruciais como o combate à fome, pobreza, desigualdade e desenvolvimento sustentável, além da reforma de organismos internacionais.
A proposta, no entanto, enfrenta desafios consideráveis devido ao poder e influência do grupo de super-ricos. Historicamente, tentativas de implementar medidas semelhantes foram rejeitadas por países que se beneficiam da estrutura financeira atual. Há uma preocupação crescente de que a taxação possa levar bilionários a transferirem seus recursos para locais onde não seriam taxados, o que poderia minar a eficácia da medida. Especialistas alertam que a solução para os problemas fiscais e de pobreza no Brasil requer uma abordagem mais racional e profissional, além de uma gestão eficiente dos recursos arrecadados.
*Com informações de Luciana Verdolin