Um total de 6 municípios baianos ainda não possuem internato nas unidades de saúde dessas respectivas localidades. Valença no baixo sul estado, Itabuna no sul baiano, Eunápolis no extremo sul, Brumado no Sudoeste, Teixeira de Freitas e Conceição do Coité, no sisal fazem parte da lista de cidades do interior, que mesmo tendo a oferta de cursos e vagas de medicina em entidades de ensino, sejam particulares ou públicas, não possuem atualmente a oferta de internato.
Já, Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), tem um hospital que recebe estudantes da capital baiana, Lauro de Freitas, porém, segundo o Ministério da Educação (MEC), tem o curso em uma faculdade de medicina, não iniciado ainda.
É importante ressaltar que este levantamento considera apenas as cidades que não possuem hospitais públicos estaduais. Com isso, algumas dessas cidades podem ter outro equipamento de saúde que disponibilize internato para estudantes.
Com isso, segundo informou o Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (CREMEB), estudantes que precisam passar pelo internato se deslocam a uma localidade mais próxima de sua residência, ou onde sua instituição de ensino possui associação com um equipamento
A etapa final do curso de discentes de medicina tem duração de 2 anos, acontecendo nos últimos semestres. A intenção é com que esses estudantes ganhem vivência e experiências práticas em diferentes unidades de saúde.
As aulas práticas acontecem sob a supervisão de um médico que é professor da entidade. A atividade acadêmica, que tem duração de 2 anos, funciona como estágio obrigatório, sendo autorizada e regulamentada pelo Ministério da Educação (MEC). A carga horária destinada ao internato é de 35% do curso.
O ato pode acontecer tanto em hospitais, quanto unidades básicas de saúde e clínicas credenciadas às instituições de ensino. Nas ocasiões, o estudante ainda tem acesso à rotina de trabalho dos médicos, ainda pode passar por diferentes especialidades e realidades.
DADOS DE INTERNATO NA BAHIA
De acordo com um levantamento do Ministério da Educação (MEC) disponibilizado à reportagem do Bahia Notícias, existem 37 faculdades baianas com cursos de medicina.
A pasta autorizou no estado, cerca de 3.570 vagas autorizadas para o curso em todo o território baiano. Já o número de postos para o internato é de 3.857 de vagas de disponibilizadas somente em equipamentos de saúde da rede estadual de saúde pública da Bahia, conforme dados da Secretária de Saúde baiana (Sesab).
O presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (CREMEB), Otávio Marambaia, indicou que a falta de internato em algumas cidades pode acontecer por conta da “proliferação exagerada” de faculdades de medicina sem hospital-escola.
“Nós temos notícias de que, devido à proliferação exagerada de escolas de Medicina sem rede hospitalar, sem hospital-escola, muitos deles estão estudando em uma cidade e praticando internato em outras cidades, o que cria uma série de problemas, inclusive, para segurança dos próprios estudantes e pacientes”, explicou Marambaia.
“Com o número crescente de estudantes e a rede do mesmo tamanho ou até menor, isso está causando problemas porque mais estudantes estão chegando e isso cria uma série de dificuldades para o aprendizado, para que o paciente seja atendido adequadamente, e o respeito ao paciente é muito importante, para não ficar toda hora sendo alvo da curiosidade dos estudantes”, completou Otávio.
O presidente do conselho apontou ainda sobre a falta de espaço e que esses alunos deveriam ter a parte prática desde o começo do curso.
“Normalmente, o internato começa após os três anos de matérias básicas, quando, então, eles começam a ter contato mais direto com o paciente. O ideal é que esse contato começasse já no primeiro anos. Infelizmente, não temos espaços de estágio para todo mundo, isso é um fato. Então, muitos estudantes vão ter uma péssima condução do seu internato por falta daquilo que é fundamental para a Medicina, que é o contato do médico com o paciente”, constatou.