A passagem da Caju Show Tour, nova turnê da cantora Liniker, por Salvador tem dado o que falar nas redes sociais. Com duas datas esgotadas para a Concha Acústica do TCA, a artista anunciou um terceiro show na capital baiana para a segunda-feira, dia 31 de março, no mesmo espaço.
Na web, a decisão de manter o show no anfiteatro do TCA tem sido criticada por parte do público, que entende que a artista tem uma demanda maior do que cinco mil pessoas, capacidade atual do espaço. Após diversos pedidos, Liniker veio a público explicar a escolha da Concha e a decisão de manter o show por lá, mesmo com os apelos e as datas esgotadas.
“Entendendo que minha carreira hoje está num outro lugar, mas é importante saber dos passos, sabe? E não ser… não se passar assim dentro do desejo. Eu sei que isso gera frustração em quem não conseguiu comprar, e eu sinto muito por isso, porém são três datas. A Concha Acústica é um lugar que cabe 5 mil pessoas. Então imagina, 15 mil pessoas de Salvador vão conseguir ver esse show”, afirma a artista.
Para Liniker, ainda não é o momento ideal para realizar um show na Fonte Nova, que tem capacidade para receber até 60 mil pessoas em eventos com a utilização do campo e da arquibancada. “Nesse momento ainda não é o momento da Fonte Nova. Eu adoraria, mas que isso aconteça no futuro”, afirmou.
A cantora ainda fez questão de afirmar que o relato nas redes sociais não era uma forma de destratar os fãs que questionavam a escolha da artista, mas de trocar opiniões e acolher.
“Isso aqui é acolhimento, isso aqui é para gente estar na mesma página porque eu sei o quão importante para vocês é assistir esse show, assim quanto para mim é importante fazer esse show para vocês. Então é só pra gente se alinhar mesmo dentro desse amor, dentro do respeito, dentro de entender as trajetórias dos artistas que a gente ama, que a gente escolhe seguir.”
Foto: Rosilda Cruz
Nesta quarta-feira (27), a partir das 10h, o público terá acesso à fila para a compra dos ingressos da Caju Show Tour no Sympla. As vendas começam às 12h. Os ingressos custam a partir de R$ 79 no 1º lote, chegando a custar R$ 238 a inteira no quinto e último lote.
O debate quanto a espaços para eventos em Salvador é assunto antigo e queixa não só de quem frequenta, mas também, de quem promove eventos na cidade. A exemplo de shows internacionais, a capital baiana já deixou de receber eventos por não ter espaços para shows de grande porte que não fossem adaptados para a realização de festas, o famoso jeitinho brasileiro.
Em julho, o Bahia Notícias trouxe na reportagem ‘Espaço, trajeto & dinheiro: Combinação de fatores leva Salvador a não ser escolhida como palco de grandes shows internacionais‘, opiniões de empresários sobre a situação da cidade para receber shows. O secretário de Cultura e Turismo de Salvador, Pedro Tourinho, falou sobre o investimento de R$ 163 milhões feito pela Prefeitura na Arena Multiuso Salvador, que terá capacidade para abrigar mais de 12 mil pessoas.
Foto: Divulgação
Atualmente, a cidade conta com três locais que podem comportar shows para um público acima de 20 mil pessoas, a Casa de Apostas Arena Fonte Nova, o Parque de Exposições de Salvador e o WET. Já para eventos de pequeno a médio porte, os espaços na cidade são adaptados quando se é necessário.
- Centro de Convenções (20 mil pessoas)
- Armazen Convention – Lauro de Freitas (5.500 mil pessoas)
- Trapiche Barnabé (3.500 mil pessoas)
- Chácara Baluarte (2.800 mil pessoas)
- MAM (2 mil pessoas durante o Jam no MAM)
- Largo da Tieta (1.500 mil pessoas)
- Pupileira (1.500 mil pessoas)
- Porto Salvador (1.3 mil pessoas)
- Casa Rosa (500 pessoas em pé)
O Pátio São Joaquim, da Casa Pia, possui mais de 2.300m² e pode ser utilizado para eventos ao ar livre ou para a montagem de tenda, em caso de eventos cobertos e climatizados, mas não especifica quantas pessoas cabem em um evento, por exemplo.
Foto: Divulgação
Ao Bahia Notícias em agosto, o empresário Rodrigo Melo, da Pequena Notável, falou sobre a falta de espaços ser uma grande dificuldade na capital para a realização de eventos.
“Sempre foi um dificultador aqui em Salvador. É uma grande dificuldade que temos aqui, local de eventos que contemple o conforto, a segurança, a capacidade de público. É um grande dificultador e a gente tem que usar muito a criatividade para explorar a cidade ou esperar que alguém empreenda nesse negócio e em novos lugares.”
O produtor Matheus de Morais, organizador do Samba de Quinta, também citou a ausência de espaços para eventos de pequeno a médio porte na cidade como um fator dificultador para a movimentação da capital fora dos períodos com o calendário mais aquecidos, como Carnaval e São João.
“Para eventos de grande porte nós temos o Parque de Exposições, que é um espaço de agropecuária, e o WET, um antigo parque aquático. Isso sem contar a Fonte Nova. Quando se passa para espaços menores, nós temos lugares se adaptando aos eventos, mas não temos lugares que sejam próprios para isso.”
O Bahia Notícias ainda mapeou outros espaços que recebem eventos na cidade e costumam ser adaptados. Entre eles estão: Casarão Salvador Hall; Parque Tecnológico; Mali; Clube Espanhol; Patio da Igreja Santo Antonio Além do Carmo; Club Fantoches Da Euterpe; além dos largos do Pelourinho.