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Daniela Mercury, Margareth Menezes, Carlinhos Brown e outros artistas debatem PL de Lídice que cria Dia da Axé Music

Exaltação da Axé Music como fenômeno musical e cultural brasileiro, reconhecimento do seu papel de elemento transformador da sociedade e para promoção da diversidade, reconhecimento da importância do movimento para fomentar a economia e a geração de emprego e renda. Esses foram alguns dos aspectos destacados sobre a Axé Music durante audiência pública relizada na Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (27). 

A audiência foi requerida pela deputada Lídice da Mat (PSB-BA), autora do PL 4187/2024, que institui a data de 17 de fevereiro como o Dia Nacional da Axé Music. A deputada disse que essa data marca o primeiro carnaval após o lançamento da música Fricote, de Luiz Caldas, considerada a precursora do movimento da Axé Music. 

Luiz Caldas, conhecido como o pai da Axé Music, teve um papel fundamental nesse movimento, e deu seu depoimento na audiência, por meio de vídeo ao vivo. O cantor falou sobre a música Fricote e o começo desse movimento que ano que vem completa 40 anos.

“Esta canção trouxe a essência sonora de uma música feita na Bahia, ganhando ao passar do tempo do nome de Axé Music. Naquele ano de 1985, quando o LP “Magia” foi lançado, sendo o disco número 1 da Axé Music, o sucesso de Fricote já estava acontecendo pelo Brasil, começando assim uma nova forma de celebrar a alegria com um tipo de música que carrega em si a mistura de vários ritmos, estilos, sentimentos e possibilidades”, disse Luiz Caldas.

Na audiência, marcaram presença a cantora Daniela Mercury, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, o presidente da Fundação Palmares, João Jorge, o secretário de Cultura da Bahia, Bruno Monteiro, assim como deputados, profissionais da música, jornalistas, produtores culturais, entre outros. 

“Ao longo dos anos, a Axé Music se estabeleceu como um dos principais pilares da cultura baiana, impulsionando uma indústria fonográfica e um próspero mercado de entretenimento. Grandes artistas, como Ivete Sangalo, Daniela Mercury, Margareth Menezes, Carlinhos Brown, Gerônimo, Sara Jane, entre tantos outros, ganharam projeção nacional e internacional graças ao sucesso do Axé Music. Atualmente, o movimento contribui significativamente para a economia, o turismo e a visibilidade do estado da Bahia, especialmente durante o Carnaval de Salvador, uma das maiores festas populares do mundo”, afirmou a deputada Lídice da Mata. 

A importância da Axé Music como fenômeno cultural também foi exaltada pela ministra da Cultura, Margareth Menezes. A ministra disse que para quem vive de arte e cultura, é importante ter a possibilidade de criar um marco de reconhecimento pelo trabalho de muitos, que teria começado bem antes da Axé Music.

“A música baiana tem, dentro da história da Música Popular Brasileira, um lugar muito especial, um lugar de muita representatividade, trazido por tantas cabeças, e a gente vai em Dorival Caymmi, a gente vai em João Gilberto, toda a geração da Tropicália, e vamos falar dos Nvos Bainaos, dos sambistas que vieram antes de nós e que inspiraram a nossa gerçlaão, para hoje podermos festejar a possibilidade de criamos um dia para homenegar a Axé Music”,  colocou a ministra.

Margareth, que gravou seu primeiro LP em 1987, que vendeu mais de 100 mil cópias por conta do sucesso nacional da música “Faraó”, destacou as ações culturais que estão sendo implementadas pelo governo federal, e salientou a força da Axé Music como manifestação artística que reflete as vivências e as lutas do povo negro.

“Eu me sinto muito honrada nesse momento em que estou nesse lugar de ministra da Cultura do Brasil, procurando fazer um trabalho que incorpore uma visão nacional, que saia dessa coisa muito particular que durante muito tempo as políticas culturais eram feitas, para abraçar todo o Brasil, fazer uma política que tenha essa consciência”, destacou a ministra. 

“A Axé Music é um movimento coletivo, de muitos corações e maneiras de ver a música, muitas manieras de ver as temáticas, a histporia do povo negro que deve ser respeitada, quem não entende isso, o sofrimento que passamos e que temos, com respeito e admiração ao sangue derramado, a história foi construída sobre isso, e a nossa música fala sobre isso também, reflete a história do nosso povo negro. A Bahia é isso, nos dá a régua e compasso, como disse Gilberto Gil”, concluiu Margareth Menezes.

Se dizendo emocionada, a cantora Daniela Mercury relembrou o início de sua carreira, que começou praticamente junto com o início da Axé Music. Segundo Daniela, é inquestionável a contribuição dada pelo movimento para o conjunto da Música Popular Brasileira, e é esse legado e essa história que estariam sendo preservados com a criação do Dia Nacional da Axé Music. 

“Eu lembro que os tropicalistas, ao fazer 30 anos já estava nos livros, e o Axé ainda precisa de reconhecimento. Independente de estarmo lutando aqui por um dia em homenagem ao Axé, que é muito bem vindo e agradecemos imensamente essa ideia, eu acho que isso provoca também, nesses 40 anos, um momento de reflexão sobre a memória, sobre a história desse movimento e o quanto temos que escrever sobre ele, gerar documentação sobre ele”, afirmou a cantora baiana. 

Daniela Mercury disse na Comissão que acredita que a cultura é um instrumento de luta contra a desigualdade. Nesse sentido, de acordo com a cantora, a audiência e o projeto de criação da data contribuem para esse movimento contra a desigualdade, pela coesão social e pelo respeito à Constituição.

“Na Constituição temos direito à cultura, mas esse não é um direito que está efetivao para a grande maioria. De tantos desejos que temos para esse país, que toda a cultura esteja associada à democracia, fortalecendo a democracia. A gente não consegue entender porque colegas nossos artistas não entendem a importância da democracia para a expressão dele. Expressão livre do seu desejo, do seu sonho, do que ele representa dentro da diversidade humana, das suas contribuições intelectuais. Não dá para falar em arte sem liberdade, a liberdade plena, a liberdade efetiva, de trocas, que não sejam tolhidas, que não sejam censuradas, que não sejam determinadas por ninguém”, destacou Daniela.

Falaram ainda na audiência o cantor Carlinhos Brown; a cantora Sara Jane; a jornalista Malu Verçosa Mercury; o presidente da Fundação Palmares, João Jorge; a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA); o secretário de Cultura da Bahia, Bruno Monteiro; o cantor Geronimo Duarte; a deputada Benedita da Silva (PT-RJ); o jornalista Hagamenon Britto; a artista Marcia Short; o jornalista Osmar Martins; e o compositor Manno Góes. 

 

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