A noite incrível de Stephen Curry na terça-feira (1º), quando anotou 52 pontos, ou mesmo a semana mágica de Nikola Jokić, com 104 pontos somados em apenas dois dias, em dezembro do ano passado, reacendem a memória de noites em que o impossível parecia rotina na NBA. Foi como se o tempo piscasse e nos levasse de volta a uma era em que o mundo parava pra assistir a um camisa 24 dos Lakers reescrevendo a história — jogo após jogo. Porque, antes de Jokić, houve Kobe Bryant. E quando ele entrava em quadra, não era só um jogo: era um espetáculo.
Kobe foi um símbolo. Um daqueles raros atletas que transcendem o esporte. Fez dos Lakers sua casa por 20 temporadas, conquistou cinco títulos, disputou 18 All-Star Games e deixou um legado que vai muito além das estatísticas. Era obsessão por excelência, intensidade em forma de ser humano. A famosa “Mamba Mentality” virou mantra para uma geração inteira.
Mas a vida, tão cheia de giros inesperados, tirou Kobe cedo demais. Em 26 de janeiro de 2020, o helicóptero que levava ele, sua filha Gianna e outras sete pessoas caiu na Califórnia. A dor foi coletiva. O silêncio, ensurdecedor. Mas as memórias… essas continuam vivas. Aqui estão os sete momentos em que ele simplesmente parou o planeta do basquete.
1. 81 pontos contra o Toronto Raptors (2006)
Era pra ser só mais um jogo de temporada regular. Mas naquela noite de janeiro, Kobe decidiu flertar com o impossível. Marcou 81 pontos, a segunda maior marca da história da NBA. A cada arremesso, parecia que o tempo desacelerava para ele. Acertou 28 de 46 arremessos. Estava em transe — e quem assistia também. O Raptors? Só assistiu.
2. Despedida com 60 pontos (2016)
Última dança. Última bola. Último aplauso. No seu jogo de despedida, Kobe marcou 60 pontos contra o Utah Jazz, virou o jogo no quarto período e saiu ovacionado. Celebridades, colegas e rivais estavam na arquibancada, como se o mundo tivesse parado pra aplaudir um artista no palco final. Foi como se dissesse: “obrigado, agora posso descansar”.
3. MVP das Finais de 2009
Kobe queria provar que podia vencer sem Shaq. E conseguiu — com autoridade. Contra o Orlando Magic, teve média de 32,4 pontos, liderando os Lakers ao título com frieza de cirurgião. Levou o troféu de MVP das Finais e, de quebra, fechou a boca de quem duvidava. Ali, a dúvida virou certeza: ele era o dono da NBA.
4. O Jogo 7 contra o Celtics (2010)
Se 2009 foi técnica, 2010 foi coração. Diante do maior rival, o Boston Celtics, Kobe teve uma noite difícil nos arremessos — mas compensou com garra. Pegou 15 rebotes, liderou emocionalmente e ajudou a garantir o quinto título da carreira. Uma batalha em que o talento foi importante, mas a alma pesou mais.
5. 62 pontos em três quartos (2005)
Três quartos. Só isso. E Kobe já havia feito 62 pontos, mais do que o time inteiro do Dallas Mavericks até então. E o mais inacreditável? Ele não voltou pro último quarto. Pediu pra sair. O show já tinha sido completo. Aquela noite foi como um trovão repentino: rápido, impactante e inesquecível.
6. Ouro olímpico em Pequim (2008)
Na final contra a Espanha, o time dos EUA estava pressionado. E quem apareceu? Claro: Kobe. Fez 20 pontos, incluindo uma cesta de quatro pontos que selou o jogo. A expressão no rosto dele dizia tudo: ali também era território Mamba. O mundo inteiro assistiu. E respeitou.
7. 12 bolas de três contra o Seattle (2003)
No auge da confiança, Kobe acertou 12 bolas de três num jogo só, contra o Seattle SuperSonics. Um recorde na época. Cada bola parecia guiada. O público já nem vibrava — só sorria, espantado. Era como ver um artista inspirado num dia em que tudo dá certo.
Kobe Bryant foi mais do que números e troféus. Ele foi a encarnação da vontade inabalável, da luta contra o próprio limite. Fez a dor virar combustível. Fez da derrota um motivo pra treinar mais. E fez da vitória… um hábito.
Assim como Jokić emocionou o mundo em dezembro de 2024, Kobe emocionou por duas décadas seguidas. O tempo pode passar, mas certos nomes não desaparecem — eles ecoam.