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Um vídeo impactante, divulgado pela Polícia Civil de Goiás, mostra o momento em que um homem de 43 anos agoniza com queimaduras graves após ter óleo fervente jogado sobre sua cabeça e ouvido pela própria sobrinha, uma adolescente de 16 anos. O crime aconteceu em Uruaçu, no norte do estado, no dia 19 de março, dentro da casa onde moravam juntos com a mãe e a avó da jovem.
Nas imagens, a vítima aparece se contorcendo no chão, braços abertos, tentando resistir à dor lancinante enquanto uma segunda pessoa, aparentemente em choque, tenta oferecer um copo de água. A polícia não divulgou quem registrou o vídeo.
Entenda o caso: tensão familiar e um plano mortal
De acordo com a investigação conduzida pelo delegado Domênico Rocha, o crime foi premeditado. A adolescente, insatisfeita com a postura rígida do tio, que se opunha às suas amizades por considerá-las influências negativas, teria arquitetado o ataque com apoio externo.
No depoimento, a jovem confessou friamente ter aquecido 1 litro de óleo no fogão e aguardado até que o tio adormecesse para, então, despejá-lo sobre ele. A ação foi planejada com antecedência, e mensagens de texto encontradas no celular da adolescente revelam que ela foi incentivada por um adulto conhecido, que agora também está indiciado.
Desenrolar dos fatos: dor, morte e revolta
O tio da adolescente foi socorrido ainda com vida, mas as queimaduras foram tão severas que ele acabou não resistindo e faleceu no dia 28 de março. A morte gerou revolta na comunidade, que exige justiça e cobra punições exemplares.
Além da adolescente, a polícia indiciou um segundo envolvido, maior de idade, que teria incentivado a jovem a cometer o crime. Esse indivíduo responderá por homicídio qualificado, com pena que pode variar entre 12 a 30 anos de prisão.
A adolescente responderá por ato infracional análogo ao crime de homicídio triplamente qualificado, cuja pena máxima é de até 3 anos de internação em medida socioeducativa, conforme previsto pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.
Um caso que escancara a banalização da violência juvenil
O episódio chocante em Uruaçu não apenas revela os extremos da violência dentro das famílias, mas também acende um alerta para a influência que certos círculos sociais exercem sobre jovens em formação. A frieza da ação, a premeditação e o envolvimento de terceiros escancaram uma realidade dura: a banalização da vida em meio a disputas e ressentimentos cotidianos.
O inquérito agora será encaminhado ao Ministério Público, que decidirá os próximos passos judiciais. Enquanto isso, a sociedade de Uruaçu tenta digerir o horror de um crime cometido dentro do lar e por mãos que, até então, pareciam inofensivas.