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O plenário da Câmara dos Deputados foi palco de uma cena, no mínimo, inusitada e provocadora na noite desta terça-feira (20). O deputado federal baiano Pastor Sargento Isidório (AVANTE) surgiu empunhando uma bebê reborn — boneca hiper-realista que virou febre entre colecionadores e adultos — e, com o ato simbólico, lançou um poderoso questionamento à sociedade brasileira.
Segundo o parlamentar, “criar bonecas não é pecado”, mas o verdadeiro desafio está em olhar para as vidas reais, especialmente aquelas que se encontram em estado de abandono e vulnerabilidade social. “Cuidar de bonecas é aceitável. Pecado é ignorar os filhos vivos que estão nas ruas, sem amparo, sem políticas públicas, sem amor nem proteção”, declarou Isidório, com a boneca nos braços.
O gesto, que mesclou dramaturgia, crítica social e religiosidade, dividiu opiniões entre os colegas. Enquanto alguns encararam como uma ação excêntrica, outros reconheceram o impacto da mensagem. No entanto, é inegável que o episódio escancarou uma realidade incômoda: o Brasil segue negligenciando seus filhos mais frágeis, enquanto foca em debates periféricos.
Com isso, Isidório conseguiu o que muitos discursos vazios não alcançam: chocar, refletir e incomodar — três verbos fundamentais para quem ainda acredita na força da política como agente de transformação.