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Uma jovem comerciante de Itamaraju rompeu o silêncio que domina os bastidores da organização do São João 2025, ao utilizar as redes sociais para denunciar práticas abusivas e a falta de respeito por parte dos responsáveis pela Prefeitura de Itamaraju, no processo de cadastramento de ambulantes e barranqueiros que desejam comercializar produtos durante o evento.
O estopim da revolta foi a publicação do Chamamento Público no perfil oficial da prefeitura no Instagram, informando que os interessados deveriam enviar a documentação necessária para disputar um espaço de venda no Circuito Junino, que ocorrerá entre os dias 18 a 21 de junho, no Parque de Exposições. Contudo, apesar de seguirem todas as instruções, diversos comerciantes relataram dificuldade em avançar no processo, muitos inclusive, ficaram sem qualquer retorno.
Enquanto a maioria preferiu calar diante da frustração, a comerciante foi além: denunciou o que chamou de farsa institucionalizada. Em sua publicação, afirmou que os pontos já estavam previamente definidos para pessoas ligadas à gestão municipal ou que atuaram no ano anterior e que o processo de cadastramento seria apenas uma fachada para simular transparência.
“A verdade é que os pontos já são cartas marcadas para pessoas ligadas à gestão e aos políticos da cidade. O cadastramento foi uma forma de ludibriar o povo, tentando transmitir a imagem de regularidade e honestidade, algo que nunca existiu”, declarou.
A denúncia expõe um possível esquema de favorecimento político, onde o interesse público é atropelado por conveniências eleitorais. O caso levanta questionamentos graves sobre a ética administrativa e a falta de critérios técnicos na seleção dos comerciantes, num evento que deveria valorizar a cultura popular e os trabalhadores locais.
O silêncio da prefeitura até o momento reforça a sensação de impunidade e alimenta a desconfiança de que, mais uma vez, o espaço público está sendo instrumentalizado para beneficiar aliados políticos, em pleno ano pré-eleitoral.
A coragem da comerciante reacende o debate sobre o papel da participação cidadã e o uso das redes sociais como ferramenta de denúncia, diante de estruturas que insistem em manter a lógica do clientelismo e da exclusão.