O Irã está demonstrando sua força em resposta aos recentes ataques dos Estados Unidos às suas instalações nucleares. Ao invés de uma retaliação bélica, a estratégia adotada foi de natureza econômica. Neste domingo (22), o Parlamento iraniano solicitou o fechamento do estreito de Ormuz, um ponto crucial que responde por 20% do tráfego mundial de petróleo. Contudo, essa decisão ainda precisa do aval do Conselho Supremo de Segurança Nacional, que inclui o presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, ministros e representantes das forças de segurança.
O general Esmaeil Kousari, membro do Comitê de Segurança do Parlamento, afirmou em uma entrevista à “Press TV” que houve um consenso para bloquear o Estreito de Ormuz, embora não esteja claro se essa decisão foi tomada por todo o Parlamento ou apenas por parte dele. A crescente tensão no Oriente Médio já refletiu de forma significativa no mercado de petróleo, com preços disparando 8% desde sexta-feira (20).
Com 20% do petróleo mundial transitando pelo estreito, os impactos de um fechamento seriam profundos. O barril Brent, referência global, viu seu preço subir de US$ 69,36 para US$ 78,74 nos últimos dias. O WTI, referência dos EUA, também registrou uma alta considerável, saltando de US$ 66,64 para US$ 73,88. A segurança da navegação comercial na região é responsabilidade dos Estados Unidos, que monitoram o estreito com a 5ª Frota da Marinha, estacionada no Bahrein.
O Estreito de Ormuz é uma artéria vital, conectando o Golfo Pérsico ao Golfo de Omã. Estima-se que entre 17,8 milhões e 20,8 milhões de barris de petróleo bruto passem pelo estreito diariamente. Sua largura é de apenas 33 km, com canais de navegação reduzidos, o que torna a região ainda mais vulnerável a conflitos. Especialistas alertam que, embora a Opep+ tenha capacidade de produção reservada, a situação ficaria crítica se o estreito fosse realmente bloqueado.
A escalada do conflito entre Israel e o Irã tem sido intensa, com ataques diários desde o dia 13, quando Israel atacou instalações militares iranianas. Recentemente, os Estados Unidos se envolveram com bombardeios em Fordow, Natanz e Isfahan, as primeiras ações americanas no contexto do conflito. Essa combinação de hostilidades resultou em um aumento dramático da tensão na região.
No último domingo, os ataques israelenses continuaram, atingindo alvos militares na província de Bushehr e uma usina em Yazd. Em resposta, os sistemas de defesa iranianos foram acionados, tentando interceptar os ataques. Os danos têm sido pesados, com cerca de 430 pessoas mortas e cerca de 3,5 mil feridas no Irã, enquanto Israel registrou 24 fatalidades. A dinâmica deste conflito continua a se intensificar a cada dia, levantando preocupações globais sobre a segurança no fornecimento de petróleo.
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