18 julho, 2025
sexta-feira, 18 julho, 2025

‘Nós, brasileiros, somos muito criativos e pouco inovadores’

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Valter Pieracciani

A criatividade é uma marca registrada do brasileiro, no entanto, transformar essa criatividade em inovação efetiva continua sendo um desafio. Valter Pieracciani, empresário e pesquisador com mais de trinta anos de experiência em inovação, acredita que essa transição é possível. Para ele, a chave reside em unir estratégia, processos claros, valorização do potencial humano e conexões significativas. Na Bahia, Pieracciani observa um cenário surpreendente, onde a região se destaca como um polo inovador, desafiando a percepção de desigualdade tecnológica no Brasil.

Em sua trajetória, Pieracciani estudou a diferença entre empresas que inovam e aquelas que não conseguem. Segundo ele, as empresas inovadoras compartilham quatro características essenciais. A primeira é uma estratégia de inovação sólida, que orienta seus objetivos. Em seguida, vêm práticas e processos que permitem que ideias sejam transformadas em soluções comercializáveis. O terceiro elemento é a presença de pessoas inovadoras, cujo potencial criativo é nutrito e estimulado ao invés de sufocado. Por fim, elas se destacam por suas conexões, estabelecendo parcerias com startups, universidades e instituições de pesquisa que impulsionam sua capacidade de inovar.

A mudança cultural necessária para fomentar a inovação nas organizações é totalmente viável. A cultura, em essência, é moldada pelas práticas que prevalecem dentro da empresa. Quando se promove um ambiente onde a experimentação e o reconhecimento são valorizados, a cultura se torna mais propensa à inovação. E como dar os primeiros passos nesse processo? Pieracciani recomenda um diagnóstico inicial para avaliar a maturidade da empresa em relação a estas quatro características. A partir daí, é possível elaborar um plano de ação focado em aprimorar a estratégia, liberar o potencial humano, otimizar processos e criar conexões relevantes.

A inovação contemporânea vai além de melhorias simples e requer a criação de experiências positivas para o consumidor. Para isso, é fundamental compreender as transformações socioculturais que moldam o mercado. A capacidade de se conectar com as “tribos” de consumidores torna-se crucial. Pieracciani enfatiza que o Brasil é reconhecido mundialmente por sua criatividade, embora o país ainda ocupe uma modesta 50ª posição em inovação. Essa disparidade destaca a necessidade de práticas robustas que assegurem a evolução dessa criatividade em inovações de impacto.

“O que distingue uma boa ideia de um projeto inovador é a capacidade de execução das empresas,” argumenta Pieracciani. Sem métodos e processos claros, até mesmo as melhores ideias podem ser perdidas ou mal aproveitadas. Ele observa que, após milhares de anos, os princípios de inovação da Roma Antiga ainda são relevantes. A ideia de pertencimento e a obsessão pela vitória eram fundamentais para o sucesso romano e permanecem essenciais para o sucesso corporativo moderno.

As empresas de menor porte também podem se beneficiar de inovações, mesmo com recursos limitados. Pieracciani relata que, apesar das inibição em usar incentivos fiscais disponíveis, muitas delas possuem inovações valiosas, frequentemente subestimadas. Existem atualmente diversas oportunidades de financiamento governamental para inovação que permanecem desconhecidas para essas empresas, sinalizando a urgência de ações educacionais nesse campo.

A relação entre poder público e inovação no Brasil é promissora. O acesso a recursos e incentivos à inovação nunca foi tão facilitado, mas o desconhecimento e o medo de explorar essas oportunidades ainda são barreiras significativas a serem superadas. Em um cenário que rapidamente se transforma, a inteligência artificial se destaca como uma ferramenta poderosa para otimizar processos repetitivos, permitindo que as mentes humanas se concentrem em inovar de forma estratégica e emocional.

Pieracciani, que nasceu na Itália e se estabeleceu no Brasil, acredita que sua vivência de constantes mudanças o preparou para atuar em meio a incertezas e desafios. Com um olhar otimista, ele vede que se as práticas de inovação forem implementadas corretamente, o Brasil pode facilmente ascender nas classificações de inovação globais. “Quando conectamos o capital humano criativo aos recursos disponíveis, o potencial inovador brasileiro é imensurável.”

Por fim, a Bahia se destaca hoje como um ponto central em inovação no Brasil, com um parque tecnológico e instituições de pesquisa que atraem a atenção internacional. Pieracciani acredita que, se os incentivos e a capacidade criativa do brasiliense forem devidamente aproveitados, os avanços em inovação ficarão evidentes em breve.

Compartilhe conosco suas reflexões sobre a inovação no Brasil! Como você acredita que podemos estimular ainda mais a criatividade e a inovação em nossas empresas? Deixe seu comentário!

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