Na última segunda-feira, o mercado de petróleo viveu uma montanha-russa, com os contratos futuros desvalorizando-se em quase 7%. O catalisador dessa volatilidade foi a retaliação do Irã, que lançou mísseis contra bases militares dos EUA no Catar e no Iraque, em resposta a ataques recentes nas suas instalações nucleares. Inicialmente, o barril de petróleo chegou a registrar uma alta superior a 5%, alimentado pelos temores de que o Irã pudesse bloquear a passagem crucial do Estreito de Ormuz, onde transita cerca de 20% do petróleo mundial.
Contudo, a reação do mercado foi rápida e intensa. Com a avaliação de que as ações do Irã não atingiram alvos diretos do setor de petróleo, os preços caíram. O contrato do petróleo WTI para agosto fechou a US$ 68,51, uma queda de 7,22%, enquanto o Brent para setembro despencou 6,67%, a US$ 70,52 o barril. Robert Yawger, do Mizuho, observou que a resposta do Irã foi limitada e não implica em uma retirada de petróleo do mercado, desmistificando o medo de um fechamento do Estreito de Ormuz, o que seria prejudicial ao próprio país.
O Bradesco destacou a relevância estratégica do Irã, que representa apenas 3,1% da produção global, mas desempenha um papel vital por sua localização. Apesar disso, com a análise de atuais condições de danos limitados, os preços próximos a US$ 70 por barril são considerados sustentáveis. Por outro lado, a Capital Economics alerta que o crescimento na produção de petróleo dos EUA deve perder ritmo, já que os avanços tecnológicos enfrentam limites, e a queda nos preços resulta em uma diminuição nas taxas de perfuração.
Além disso, o crescimento robusto da oferta entre produtores não pertencentes à Opep promete criar um cenário de superávit no mercado, que pode resultar em preços desviando-se para abaixo do consenso de US$ 60 por barril até o fim de 2025 e até US$ 50 por barril até 2027. Com essas dinâmicas complexas em jogo, o futuro do petróleo permanece repleto de incertezas e oportunidades.
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