O cenário geopolítico vivenciou uma reviravolta à medida que a cúpula do Brics se aproxima. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, não estará presente fisicamente no encontro que acontecerá no próximo mês, no Rio de Janeiro. A decisão, anunciada por Yuri Ushakov, assessor do Kremlin, foi motivada pela incerteza das garantias do governo brasileiro quanto ao cumprimento de um mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI).
Segundo Ushakov, a falta de clareza nas declarações brasileiras sobre a possibilidade de deter Putin foi um fator decisivo. Para Moscou, a presença do líder russo se tornou um risco diplomático. Apesar dessa ausência, Putin deve participar do evento por videoconferência, enquanto o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, representará o país presencialmente.
Importante lembrar que o Brasil é signatário do Estatuto de Roma, o que implica na obrigação de cumprir mandados do TPI. Desde 2023, Putin enfrenta uma ordem de prisão por supostos crimes de guerra, incluindo a deportação de crianças ucranianas. A Rússia, no entanto, discorda da legitimidade do tribunal e ignora suas decisões.
Essa não é a primeira vez que o presidente russo evita viagens internacionais devido a questões legais. No ano anterior, ele também não compareceu à cúpula do Brics na África do Sul, preferindo visitar a Mongólia, que ofereceu garantias de que não o prenderia. Além de Putin, há especulações sobre a possível ausência do presidente da China, Xi Jinping, na reunião marcada para o início de julho.
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