Uma recente pesquisa elaborada pelo instituto AtlasIntel, a pedido do portal ge.globo, trouxe à tona uma revelação significativa: 66,4% da torcida do Vitória apoia a transformação do clube em uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Em contraste, apenas 17,8% se mostraram contrários à mudança, enquanto 15,8% não souberam opinar. Esses dados refletem um levantamento abrangente, que ouviu 2.069 pessoas em 619 municípios entre os dias 20 e 25 de junho, com uma margem de erro de apenas 2%.
Surpreendentemente, mesmo com um debate ainda tímido sobre o tema, o Vitória figura entre os clubes brasileiros que detêm a maior taxa de aprovação para o modelo SAF. Esse índice superior a clubes como Bahia (61,6%) e Vasco (55,4%) é comparável ao do Cruzeiro (83,4%) e do Fluminense (82,2%), que também está em fase de transição. Enquanto a aceitação do modelo SAF avança, 45,1% dos torcedores em todo o Brasil demonstram apoio a essa mudança, embora 33,2% se oponham e 21,7% permaneçam indecisos.
As preocupações geradas em torno da transformação em SAF são, em grande parte, relacionadas à perda da identidade do clube (31,2%) e ao possível controle afastado dos sócios e da torcida (11,1%). A pesquisa adotou o método RDR (Recrutamento Digital Randômico), que garante um retrato mais fiel dos torcedores, assegurando o anonimato e evitando viés nas respostas.
Com reconhecimento internacional pela precisão em suas abordagens, a AtlasIntel tem suas metodologias validadas por grandes veículos como The New York Times e Washington Post. Em 2024, foi considerada o instituto de pesquisa mais preciso dos Estados Unidos pelo analista Nate Silver, do FiveThirtyEight.
Nas últimas semanas, o cenário em torno da SAF do Vitória se agitou com a possibilidade de o QSI (Qatar Sports Investments), responsável pelo Paris Saint-Germain, entrar como investidor. O Movimento Vitória SAF (MVSAF), composto por torcedores, ex-jogadores e sócios, anunciou uma viagem ao Catar em dezembro para dialogar com representantes do fundo.
É importante notar que, até o momento, não existem negociações concretas em curso, nem com o MVSAF, nem com a diretoria do clube. A intenção do grupo, liderado por Marcone Amaral, é apresentar um projeto que torne o investimento do QSI viável. Em conversas com o Bahia Notícias, Daniel Barbosa, um dos líderes do MVSAF, mencionou uma “possibilidade real” de levar o Vitória para uma mesa de diálogo, embora alertasse que não há certezas, dada a complexidade da negociação e a concorrência de outros clubes.
“Os contatos iniciais já foram feitos com a família real e autoridades ligadas ao QSI. A negociação não é simples, mas não podemos deixar passar essa oportunidade”, afirmou Barbosa. É um momento decisivo para o futuro do Vitória, e a torcida é convidada a permanecer atenta e envolvida.
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