
Um evento de pagode do grupo Negritude Júnior em Cotia, grande São Paulo, trouxe à tona uma série de questionamentos sobre a contratação do show. A autora do contrato foi Roneia Forte Corrêa, assessora do vereador Alexandre Frota (PDT), que também é biógrafa do secretário municipal de Cultura e Lazer, Pedro Henrique Maciel Peixoto. O acordo, estabelecido apenas quatro dias antes da apresentação, gerou preocupações sobre possíveis conflitos de interesse.
O valor pago pelo show foi de R$ 67 mil, resultado de uma renegociação que reduziu o preço original em R$ 22 mil. Um conselheiro de cultura apresentou uma denúncia ao Ministério Público de São Paulo (MPSP), questionando a transparência nesse processo de contratação. A relação entre a assessora e o vereador, somada à figura do secretário, alimentou as suspeitas.

Frota, que assumiu o cargo de vereador em janeiro de 2024, enfrentou uma reviravolta em sua assessoria. Roneia, até então parte de seu gabinete, foi demitida logo após o contrato, revelando que não tinha clareza sobre o envolvimento do show em Cotia. Ela admite que não deveria ter comercializado o evento, uma falha que lhe custou o cargo.
O Negritude Júnior, empresa representada por Roneia, já havia sido alvo de investigação pelo MPSP por suspeitas de superfaturamento em um show anterior em Campinas. O inquérito apura possíveis esquemas de corrupção que envolvem vereadores e artistas, levantando questões sobre a ética nas contratações públicas.
Pedro Henrique, o biógrafo de Frota, foi nomeado para a Secretaria de Cultura e Lazer sem interferência política, segundo a administração municipal. A gestão defende que a escolha se baseou na experiência e na competência técnica do secretário, desmentindo qualquer alegação de conflito de interesses na realização do show.
Recentemente, Frota encontrou-se em meio a outra polêmica: ele foi denunciado por invadir unidades de saúde em Cotia sob o pretexto de fiscalização, levando o Cremesp a questionar sua conduta. Denúncias foram feitas à Câmara Municipal, e um processo ético foi iniciado para apurar a suposta quebra de decoro parlamentar.
Diante de tanta controvérsia, o futuro político de Frota pode estar em jogo. A relação entre suas ações, suas contratações e as acusações que surgem ao seu redor levanta importantes debates sobre a transparência na política local. O que você pensa sobre essa situação? Compartilhe sua opinião nos comentários!