Em uma fervorosa declaração, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) desmantelou o papel do Congresso Nacional após a rejeição do aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), uma derrota significativa para o governo Lula (PT). Durante uma entrevista à CNN, Boulos não hesitou em apontar os erros. “Nós temos um Congresso que é eleito para legislar, mas o que estamos vendo é uma tentativa de execução. A farra das emendas parlamentares exemplifica isso”, criticou.
O deputado ainda trouxe à tona um dos pilares da campanha de Lula, defendendo a visão do presidente. “Lula foi eleito com a proposta de taxar os ricos e atender as necessidades dos pobres. É simplesmente isso que ele está tentando realizar”, disse, enfatizando que a seriedade nas discussões sobre política econômica deve ser restaurada.
No embalo de suas críticas, Boulos abordou o sistema tributário brasileiro e destacou uma realidade dura: “Os trabalhadores e a classe média são os que mais pagam impostos no Brasil. Enquanto isso, os bilionários usufruem de isenções fiscais que somam R$ 860 bilhões”. Essa disparidade, segundo ele, mostra como o sistema favorece os mais ricos em detrimento dos que mais contribuem.
Entenda a derrubada do IOF
O Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que aboliu as alterações do IOF foi aprovado pelo Congresso Nacional no dia 25. Com 383 votos a favor e 98 contra, a votação foi um marco em uma sessão semipresencial na Câmara, seguida por votação simbólica no Senado. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), estabeleceram um acordo para que a proposta fosse votada em ambas as casas no mesmo dia.
Como fica o IOF após a derrubada?
Com a revogação do aumento do IOF, as alíquotas voltaram ao que eram antes de 22 de maio, criando um desafio para o governo ao implicar uma perda de R$ 12 bilhões em arrecadação prevista para 2025, segundo a Receita Federal. Contudo, essa mudança representa um alívio para o cidadão, com taxas mais baixas em operações de câmbio, empréstimos para empresas e previdência privada tipo VGBL.
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